CAFEEIROS TOLERANTES AO DÉFICIT HÍDRICO NA FASE DE FORMAÇÃO DA LAVOURA
Coffea arabica L., estresses abióticos, expressão gênica, melhoramento genético.
O primeiro objetivo deste estudo foi caracterizar através de características morfofisiológicas e anatômicas, genótipos de café arábica com maior potencial de tolerância ao déficit hídrico na fase inicial de desenvolvimento no campo. Um grupo de 17 genótipos (16 cultivares e 1 progênie) foi avaliado em condições naturais, no Campo Experimental de Patrocínio, MG- Epamig Oeste, utilizando 24 características morfológicas, fisiológicas e anatômicas. Foram realizados dois experimentos com os genótipos de café arábica, um em condição de sequeiro e outro irrigado por gotejamento durante o período seco. Antes da indução dos tratamentos as mudas foram irrigadas diariamente, depois os tratamentos hídricos foram estabelecidos. Ambos os experimentos foram em DBC, com 17 genótipos, cada um com quatro repetições. A parcela experimental foi composta por 8 plantas, sendo a parcela útil para as avaliações, as três plantas centrais. As avaliações foram realizadas após cinco meses do plantio das mudas no campo. O período experimental foi de 64 dias, com quatro avaliações em campo. Após a caracterização agrônomica e fisiológica dos 17 genótipos, foi realizada a pré-seleção de nove genótipos com potencial de tolerância para caracterização anatômica. Foram realizadas análises multivariadas a fim de distinguir os genótipos e as variáveis relevantes. Houve diferença entre o desempenho dos genótipos avaliados. As características morfoanatômicas e fisiológicas indicaram maior potencial de tolerância ao déficit hídrico dos genótipos Acauã Novo, IAC 125 RN, MGS Ametista, MGS Paraíso 2 e IAC Catuaí SH3. O segundo objetivo consistiu em avaliar a expressão diferencial de aquaporinas e genes candidatos à seca (PIP 1:1, PIP 1:3, MYB1, DHN1, PLY8a, APX5, NCED e GOLS3) utilizando cinco cultivares que demonstraram potenciais hídricos contrastantes em campo, através da técnica de PCR em tempo real (qPCR), com o intuito de identificar genótipos com melhor desempenho nas condições de déficit hídrico.Os genótipos IAC Catuaí SH3 e MGS Paraíso 2, exibiram uma adaptação eficiente para manter a homeostase celular e eficiência do transporte de água sob condições de déficit hídrico, além da manutenção do potencial hídrico sob escassez hídrica, e os genes associados em respostas moleculares subjacentes à tolerância ao déficit hídrico foram PIP 1:3, GOLS3 e DHN1 que exibiram maior expressão gênica relativa. Ademais, o gene PIP 1:3 apresentou potencial uso como marcador de estresse hídrico em Coffea arabica.