Eficiência da fosfatagem e da interação entre fontes e doses de fósforo na disponibilidade de P no solo e a produtividade de grãos
Calagem, fosforo no solo, residual de P, frações de P
A maioria dos solos tropicais caracteriza-se por elevada acidez, baixa fertilidade natural e teores limitantes de fósforo (P), além da forte adsorção desse nutriente aos óxidos de ferro e alumínio. A calagem é uma prática essencial nesses ambientes, pois, além de corrigir a acidez, promove a neutralização dos íons Al³⁺ e Fe²⁺ — principais responsáveis pelas perdas de P por precipitação, na forma de fosfatos de Fe e Al —,reduzindo a disponibilidade do nutriente às plantas. Portanto, a correção da acidez do solo deveria anteceder à fosfatagem corretiva, que é prática para aumentar os teores do nutriente no solo. Entretanto, observa-se que muitos produtores realizam a calagem de forma quase simultânea à fosfatagem, o que pode reduzir a eficiência da correção fosfatada, uma vez que o P aplicado pode reagir com os íons Al3⁺ e Fe²⁺, ainda não neutralizados, formando compostos de baixa solubilidade. Para aumentar a eficiência do uso do P, tem-se recomendado a fosfatagem corretiva gradual, que consiste em aplicar doses de P superiores à demanda anual das culturas, ao longo de quatro a cinco anos, visando elevar progressivamente os teores de P no solo. Contudo, ainda existem incertezas sobre quais doses e fontes de P apresentam melhor desempenho nesse processo. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar a eficiência da fosfatagem corretiva em área total, combinada ou não com fontes e doses de fósforo aplicadas no sulco de semeadura, sobre a disponibilidade de P no solo, o crescimento radicular e a produtividade de grãos. Os experimentos de campo serão conduzidos em delineamento em blocos casualizados (DBC), com parcelas subdivididas e quatro repetições. Serão instalados dois experimentos independentes: o primeiro utilizando-se como fonte o monofosfato de amônio (MAP) e o segundo empregando a fonte comercial Phusion Power (ICL Phosphates). Em cada experimento, o fator principal corresponderá à presença ou ausência da fosfatagem corretiva em área total, sendo utilizado superfosfato simples em pó nas parcelas com correção. O fator secundário será composto por quatro doses de P₂O₅ (0, 40, 80 e 120 kg ha⁻¹). Assim, cada experimento compreenderá oito tratamentos, com quatro repetições, totalizando-se 32 parcelas experimentais.