Conservação in vitro de Passiflora gibertii N. B. Br. a partir de segmentos nodais
Maracujá silvestre. Armazenamento. Crescimento lento. Conservação à
médio prazo. Potencial osmótico
A fragmentação e perda de habitats provenientes das atividades humanas têm ameaçado cada vez mais
espécies, principalmente as silvestres como Passiflora gibertii, um maracujazeiro nativo do Cerrado que
possui potenciais alimentício, ornamental e terapêutico. Nesse contexto, torna-se importante o uso das
ferramentas de conservação para esses indivíduos, como as alternativas in vitro. Dessa forma, o objetivo
desse trabalho foi estabelecer um protocolo de conservação in vitro para a espécie P. gibertii, a partir do
uso de segmentos nodais, por meio da técnica de armazenamento via crescimento lento. Para a indução do
crescimento lento, foram utilizados segmentos nodais de 0,5 cm de comprimento, previamente isolados de
brotações micropropagadas com 2 mg L-1 de 6 – benzilaminopurina (BAP) e posteriormente inoculados
em meio de cultivo variando nas concentrações de sacarose (0, 15, 30, 45 ou 60 g L-1) e nos tipos de
luminosidade durante o armazenamento (normal, com densidade de fótons de 50,71 µM m-2 s-1, ou
reduzida, com densidade de fótons de 16,66 µM m-2 s-1). Ao longo de 180 dias, as plântulas foram
avaliadas quanto à sobrevivência, número e comprimento de brotos, número e comprimento de raízes,
número de folhas e índice de senescência. Após 90 e 180 dias de crescimento, os ápices caulinares foram
retirados e transferidos, para verificar a capacidade de retomada do crescimento. Ao final dos 180 dias, as
plântulas enraizadas foram submetidas à aclimatização por 60 dias, para avaliação do peso fresco,
comprimento de brotos, raízes e número de folhas. Recomenda-se o cultivo de segmentos nodais em 45 g
L-1 de sacarose e armazenamento em luminosidade normal, para obter melhores parâmetros de
crescimento nas três etapas, simultaneamente. Com a finalização deste trabalho, foi possível estabelecer
um protocolo de conservação in vitro para P. gibertii, a partir do uso de segmentos nodais, por meio da
técnica de armazenamento via crescimento lento, que permitiu a retomada do crescimento dos ápices
caulinares e aclimatização das plântulas resultantes, após um total de 240 dias.