MECANISMOS FOTOSSINTÉTICAS EM CULTIVARES DE ARROZ SOB EXCESSO DE FERRO E ONDAS DE CALOR
Oryza sativa. Excesso de ferro. Ondas de calor. Fotoinibição
As cultivares de arroz diferem quanto a sua tolerância ao excesso de ferro (Fe). Nas cultivares sensíveis, a toxidez por excesso de Fe pode causar aumento da produção de espécies reativas de oxigênio, redução na taxa de assimilação de carbono, redução na eficiência quântica do fotossistema II e concomitantemente a incapacidade de suprimir o excesso de energia por dissipação não fotoquímica. A eficiência hídrica e na utilização de energia luminosa, e os mecanismos de fotoproteção nas cultivares de arroz podem variar de acordo com as concentrações de Fe, ou entre a interação do excesso de Fe com aumento de temperatura. Desta forma, o objetivo do trabalho é compreender como as cultivares de arroz contrastantes na tolerância ao excesso de Fe são afetadas pelas
limitações fotoquímicas, bioquímicas ou estomáticas, e a eficiência fotossintética em temperaturas mais elevadas. Nas cultivares de arroz contrastante, as concentrações Fe e o tempo de exposição ao Fe foram essenciais para determinar a sensibilidade e tolerância. A cultivar tolerante IRGA 424 apresentou maior eficiência fotossintética com maior tempo de exposição ao Fe e não alterou seus parâmetros fotossintéticos, além de apresentar mecanismos fotoprotetores como extinção não fotoquímica e fotorrespiração. A cultivar sensível IRGA 417 apresentou maior dano oxidativo, redução nos rendimentos quânticos e eficiências, e nos fluxos específicos de energia do PSII, no qual aumentou os processos fotoinibitórios. As concentrações de Fe reduziram o fluxo de seiva do xilema e o potencial hídrico foliar. A exposição das cultivares ao aumento de temperatura, resultou em
maior concentração de Fe na parte aérea da cultivar tolerante e menor taxa de carboxilação da rubisco em ambas as cultivares. A limitação estomática ocorreu apenas como resposta tardia, reduzindo o acúmulo de Fe com o aumento da temperatura na cultivar sensível IRGA 417. A ativação da fotorrespiração como dreno de elétrons sob excesso de Fe, também foi eficiente com o aumento da temperatura durante as ondas de calor, e impediu maiores danos à membrana. A sensibilidade à toxicidade do ferro e ao estresse térmico está associada à dissipação não fotoquímica ineficiente