METABOLISMOS DO NITROGÊNIO, CARBONO E ANTIOXIDANTE EM PLANTAS JOVENS DE Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau ex Verl SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES E FONTES DE NITROGÊNIO E AO ALUMÍNIO
Adubação nitrogenada. Solos ácidos. Ipê-felpudo. Espécies pioneiras. Enzimas Assimilção do Nitrato e Amônio. Estresse oxidativo
O Brasil tem 58% de seu território ocupado por latossolo e argissolo, caracterizados por ser solos profundos, com alto intemperismo, elevada acidez, baixa disponibilidade de nutrientes, e, frequentemente, alta saturação de alumínio. Apesar de bem adaptadas a baixa disponibilidade de nutrientes, a vegetação nativa desse tipo de solo é capaz de responder positivamente a adubação, apresentando maior taxa de crescimento e acúmulo de biomassa. Estudos vêm demostrando que algumas dessas espécies apresentam adaptações para lidar com a alta disponibilidade de alumínio no solo, com estratégias de tolerância a esse metal, sendo algumas classificadas como hiperacumuladoras de alumínio. Dessa forma, é plausível considerar a importância de estudar as modulações fisiológicas e de crescimento de espécies nativas a diferentes condições nutricionais, como é o caso do nitrogênio, bem como a capacidade dessas espécies em tolerar altas concentrações de alumínio. Dessa forma, esse trabalho se propôs a avaliar as respostas de plantas jovens de Z. tuberculosa, uma espécie nativa de Cerrado e com alto potencial de uso na recuperação de áreas degradadas, cultivadas em diferentes doses e fontes de adubação nitrogenada (nítrica e/ou amoniacal) e sob diferentes níveis de alumínio. Para isso, foram realizados dois experimentos com o propósito de: avaliar o melhor nível de nitrogênio, fornecido exclusivamente com nitrato, para o desenvolvimento de mudas de Z. tuberculosa e; analisar a interação de diferentes proporções de e alumínio sobre o metabolismo do nitrogênio em plantas jovens de Z. tuberculosa. Os experimentos foram montados em casa de vegetação e as mudas com cerca de 90 dias de idade foram submetidas, por mais 60 dias, aos diferentes tratamentos como mostrado a seguir: Experimento 1: diferentes concentrações de nitrogênio nítrico (2; 4; 8; 12; 16mM de NO3-); Experimento 2: diferentes proporções de Nitrato/Amônio / (100/0; 75/25; 50/50; 25/75; 0/100) e concentrações de alumínio (0; 600 e 1200 µM). Em todos os experimentos foram feitas análises biométricas e bioquímicas em folhas e raízes das mudas. Os experimentos foram realizados em delineamento em blocos casualizado (DBC) e os dados foram submetidos à regressão e análise de variância, com médias comparadas pelo Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade, utilizando o software R® através da plataforma RStudio. Os resultados aqui obtidos demonstram que níveis de nitrogênio acima de 10mM configura consumo de luxo para Z. tuberculosa e que o metabolismo do nitrogênio, carbono e antioxidante é modulado sob baixa disponibilidade de nitrogênio. Os maiores valores de de crescimento de Z. tuberculosa foi observado quando essa espécie foi fertilizada com fontes mistas de nitrogênio, com maior desempenho sob proporção de 50/50 . Fontes mistas de nitrogênio também contribuíram para que a espécie em estudo manteve o funcionamento do metabolismo de carbono, nitrogênio e homeostase redox sob a presença de alumínio. Os resultados obtidos nesse trabalho são importantes para fundamentar estratégias produção de mudas e sua introdução em ambientes naturais utilizando-se de uma adubação nitrogenada adequada com diferentes fontes de nitrogênio, inclusive podendo mitigar os efeitos do alumínio sobre o crescimento dessas plantas.