A APLICAÇÃO FOLIAR DE IODO PODE MITIGAR O DÉFICIT HÍDRICO EM PLANTAS DE SOJA?
soja; déficit hídrico; iodo; fertilização foliar; elemento benéfico.
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma das culturas agrícolas mais importantes do mundo, amplamente utilizada na alimentação humana, animal e na produção de biocombustíveis. No Brasil, o principal desafio para sua produtividade é o déficit hídrico, que compromete processos fisiológicos e bioquímicos essenciais, incluindo fotossíntese, crescimento celular e equilíbrio redox. O iodo é um elemento não essencial, porém benéfico para para as plantas, com potencial antioxidante e regulatório, sendo assim, certamente pode trazer vantagens a sua aplicação em plantas cultivadas. Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de duas fontes de iodo, iodeto de potássio (KI) e iodato de potássio (KIO₃), em doses de 5 e 10 mmol L⁻¹, sob condições de estresse e recuperação hídrica em soja cultivada em casa de vegetação. Para a experimentação, foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, em um esquema de fatorial duplo. Foram utilizados 2 regimes de hídricos (controle e 50% CC), duas fontes de iodo: iodeto de potássio (KI) e iodato de potássio (KIO₃) e para cada fonte foram utilizadas duas doses: 5 e 10 mmol L⁻¹. As avaliações fisiológicas e morfológicas foram avaliadas antes e durante a aplicação do déficit hídrico e após a recuperação. Serão medidos parâmetros morfofisiológicos, de produtividade de sementes e potencial hídrico (diurna e noturna) ao longo do ciclo. A aplicação foliar de iodeto de potássio (KI) não se mostrou benéfica para a soja, além de não contribuir para maior tolerância ou recuperação ao déficit hídrico. Por outro lado, a aplicação de iodato de potássio (KIO₃) trouxe benefícios para a soja, principalmente sob a concentração de 10 mmol L⁻¹, proporcionou a manutenção do crescimento e produção da cultura, bem como a melhor recuperação após a reidratação. Além disso, interessantemente o uso desta fonte de iodo proporcionou a eficiente recuperação noturna do potencial hídrico, tornando os efeitos da seca, notoriamente menos danosos à recuperação do status hídrico da planta.