Dietas veganas para cães em crescimento
Veganismo; Gestação; Filhotes; Digestibilidade; Saúde;
A crescente integração dos animais de companhia ao cotidiano familiar tem impulsionado o mercado pet a refletir as tendências da nutrição humana. Nesse contexto, dietas alternativas como a vegana ganham popularidade, muitas vezes alinhadas aos valores éticos e estilo de vida dos tutores. Contudo, a adequação nutricional dessas dietas à base de plantas é um desafio, gerando preocupações sobre a correta suplementação de nutrientes essenciais, para o cumprimento das exigências nutricionais da espécie. O objetivo deste trabalho é comparar os efeitos de um alimento seco extrusado Superpremium vegano, em relação a um alimento seco extrusado Superpremium convencional. As avaliações serão feitas durante o período de crescimento e desenvolvimento de filhotes de cães da raça Beagle e Foxhound Americano. O estudo, aprovado pelo Comitê de Ética da UFLA (protocolo nº 6475030724), utilizou 24 filhotes (10 Beagle e 14 Foxhound Americano) em um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 2x2 (duas raças x dois tratamentos). Do desmame (oito semanas) aos doze meses de idade, os filhotes receberam uma dietas Superpremium convencional, cuja fonte proteica era principalmente de origem animal (T1) e o outro grupo recebeu uma dieta Superpremium vegana, fontes proteicas eram exclusivamente vegetais(T2). Foram monitorados semanalmente até os seis meses de idade, o peso, o escore de condição corporal (escala de 1 a 9) e as medidas morfométricas (comprimento de cernelha (CC), altura de cernelha (AC), circunferência de tórax (CTX), circunferência de abdômen (CAB), circunferência de coxa (CCX) e comprimento de perna (CMP)). Coletas sanguíneas para hemograma completo foram realizadas aos seis meses de idade. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey (p < 0,05). As curvas de crescimento e as medidas morfométricas não apresentaram diferenças estatísticas (p>0,05) pelo efeito principal de dieta, nem pela interação dieta x raça. No hemograma, também não houve efeito principal de dieta, mas foi observada uma interação (p=0,006) nas proteínas plasmáticas totais, onde cães Beagle alimentados com a dieta vegana (T2) apresentaram valores mais elevados. Ao final de seis meses, não foi observada diferença estatística (p>0,05) nas curvas de crescimento entre as dietas, indicando que ambos os tratamentos foram equivalentes e eficientes para o ganho de peso e desenvolvimento dos filhotes. Conclui-se que a dieta vegana extrusada (T2) foi capaz de sustentar o crescimento e desenvolvimento de filhotes de cães das raças Beagle e Foxhound Americano de forma equivalente (p>0,05) à dieta convencional (T1). A ausência de diferenças significativas nas curvas de crescimento, medidas morfométricas e na maioria dos parâmetros hematológicos indica que o alimento vegano avaliado é uma alternativa nutricional viável e segura para cães em fase de crescimento.