Herança da tolerância ao estresse salino em tomateiros derivados de Solanum galapagense e Solanum pennellii
Tolerância à salinidade. Melhoramento genético de plantas. Solanum spp. Recursos Genéticos. Metodologia de seleção. Fenotipagem. Controle genético.
O tomate cultivado, Solanum lycopersicum, é uma espécie glicófita e é severamente danificado até mesmo sob baixos níveis de salinidade. Como as áreas para cultivo de tomate estão se tornando cada vez mais escassas no mundo devido ao aumento da salinização de áreas agricultáveis, o melhoramento visando ao aumento da tolerância a salinidade é uma questão urgente. Genótipos tolerantes à salinidade poderiam atenuar essas perdas, no entanto, o progresso em direção a esse objetivo tem sido limitado, principalmente devido à falta metodologias de triagem de genótipos tolerantes ao estresse salino que possam ser utilizadas rotineiramente em programas de melhoramento. Neste estudo, uma metodologia de seleção de genótipos tolerantes à salinidade é proposta, bem como um caráter capaz de predizer esta tolerância no estádio de plântula. Foi estudado o controle genético dos sintomas de estresse causados pela salinidade em Solanum galapagense. Populações segregantes foram obtidas de Solanum lycopersicum 'TOM-684' x Solanum galapagense 'LA1401' aos 35 dias após a semeadura, as plantas foram expostas a um estresse salino (NaCl) de 300 mM, e foram avaliadas com base nos sintomas de estresse. A área sob a curva de progresso dos sintomas de estresse foi usada para testar a hipótese de herança monogênica, e modelos genéticos foram testados utilizando funções de máxima verossimilhança para determinar o controle genético deste caráter. Os sintomas de estresse em S. galapagense 'LA1401' são controlados por mais de um locus, caracterizando-se como oligênico. As herdabilidades no sentido amplo e restrito foram estimadas em 0,66 e 0,27, respectivamente. S. lycopersicum 'BPX-441E-88', um genótipo previamente identificado como tolerante ao estresse hídrico (tolerância obtida de S. pennellii), foi identificado como tolerante à salinidade. Populações P1 (BPX-441E-88), P2 (TOM760), F1, F2, F1BC1(1) e F1BC1(2) foram cultivadas sob condições salinas (300 mM de NaCl) em sistema hidropônico, e avaliadas para sintomas de estresse salino, que foram utilizados para estimar a área sob a curva de progresso dos sintomas de estresse ao longo do tempo. Os sintomas de estresse salino em BPX-441E-88 são controlados por um gene de efeito maior mais poligenes modificadores, com efeitos aditivos e não aditivos. As estimativas de herdabilidade nos sentidos amplo e restrito foram 0,26 e 0,10, respectivamente.