MODELOS NÃO LINEARES NA DESCRIÇÃO DO ACÚMULO DA RADIAÇÃO GLOBAL DIÁRIA
Regressão não linear, Modelos de acúmulo, Modelos sigmoidais, Irradiação nos biomas, Coordenadas geográficas.
A irradiância solar é o fluxo de radiação eletromagnética proveniente do Sol. A radiação solar é uma fonte fundamental de energia na Terra, influencia diretamente o desenvolvimento de espécies vegetais, é usada em processo de secagem, aquecimento e produção de energia elétrica, entre outros. A intensidade da irradiação que chega ao solo sofre atenuação devido a três fontes de perturbação: rotação do planeta associado a hora do dia; inclinação do eixo da Terra e da translação desta em torno do Sol, que definem proporcionam os equinócios e os solstícios; a atmosfera que absorve ou dispersa os solares pela presença de aerossóis e nuvens. O acúmulo da irradiação solar global no nível, do solo, ao longo do dia tem características sigmoidal. O objetivo deste trabalho é avaliar os modelos não lineares tendo o tempo em UTC (Coordinated Universal Time) como variável preditora para descrever o acúmulo irradiação global acumulada diária (kJ/m2) como variável resposta; analisar os parâmetros estimados; analisar o efeito das condições atmosféricas sobre os parâmetros. Os dados da irradiação global estão disponíveis no Histórico de Dados Meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referem-se às cidades brasileiras localizadas nos biomas Amazonas (Rio Branco, Manaus, Humaitá, Macapá), Cerrado (São Luís, Brasília, Campo Grande), Caatinga (Petrolina, Mossoró), Mata Atlântica (Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Recife) e Pampa (Santa Maria, Santa Vitória do Palmar). Para ajustar a irradiação global acumulada diária no nível do solo nos solstícios e nos equinócios optou-se pelos modelos Logísticos, Gompertz, vom Bertalanffy e Richards. O software R foi o recurso empregado no ajuste, usando o método de mínimos quadrados utilizando o algoritmo de Gauss-Newton. Na analise de resíduo foram usados os testes Shapiro-Wilk, Breusch-Pagan e Durbin-Watson. Para avaliar a qualidade dos ajustes foram utilizados os valores do coeficiente de determinação (R²), do desvio padrão residual (DPR) e do critério de informação de Akaike (AIC). Os resultados mostraram que o modelo Logístico melhor se ajustou em 43 dos 68 conjuntos de dados e o modelo Gompertz em 25, o modelo von Bertalanffy quando atendeu os pressupostos apresentou piores resultados nos critérios de seleção e o modelo Richards não convergiu. O modelo Logístico foi o que melhor ajustou aos dados. As abscissas dos pontos de inflexão estimadas pelo modelo Logístico tem correlação muito forte como a longitude, assim como as abscissas estimadas pelo modelo Gompertz. A correlação entre os valores assintóticos de todos os biomas com as latitudes é moderada ou muito fraca, porém a correlação dos valores assintóticos do Bioma Mata Atlântica e as latitudes é forte ou muito forte.