Qualidade física do solo e pegada de carbono em sistemas de produção de grãos na região central de Minas Gerais
Mudanças climáticas, Sistemas consorciados, Sequestro de carbono, Conteúdo de água no solo, Uso do solo
A qualidade física do solo desempenha um papel fundamental na determinação da pegada de carbono, uma vez que influencia diretamente a capacidade do solo em armazenar carbono e água. Na região central de Minas Gerais, inserida no bioma Cerrado e caracterizada por um regime irregular de chuvas, essa relação tornou-se ainda mais relevante, especialmente em sistemas agrícolas de sequeiro. Diante desse cenário, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade física do solo, o estoque de carbono orgânico, o armazenamento de água no solo e a pegada de carbono em diferentes sistemas de manejo sob plantio direto, relacionando esses fatores à produtividade de grãos. A qualidade física foi analisada por meio de indicadores físicos, correlacionados ao estoque de carbono, à produtividade da soja e à produção de palhada. O armazenamento de água foi estimado por tomografia de resistividade elétrica do solo, e a pegada de carbono foi calculada com base na metodologia GHG Protocol, adaptada às condições locais. Os resultados evidenciaram que os sistemas consorciados, especialmente os com braquiária, apresentaram melhor desempenho físico do solo, maiores produtividades, menor resistividade elétrica, maior capacidade de retenção de água e menores valores de pegada de carbono. Esses achados reforçaram a importância de práticas conservacionistas para o aumento do sequestro de carbono, a melhoria da qualidade física do solo e a promoção de uma agricultura mais sustentável.