Uso de gramíneas na Fitorremediação de Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico contaminados por mercúrio
Fitorremediação, Mercúrio, Latossolo, Gramíneas tropicais, Paspalum notatum, Contaminação do solo, Fitoestabilização.
A contaminação por Hg em solos tropicais, como os Latossolos, representa riscos ambientais significativos e também à saúde humana, especialmente em áreas afetadas pela mineração artesanal de ouro. A fitorremediação utilizando gramíneas forrageiras desponta como uma estratégia promissora, porém o potencial de espécies tropicais amplamente utilizadas ainda é pouco compreendido. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de fitorremediação de três gramíneas tropicais: Brachiaria decumbens cv. Basilisk, Melinis minutiflora e Paspalum notatum em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico contaminado com Hg. Foi conduzido um experimento em casa de vegetação, utilizando um delineamento em blocos casualizados completos em esquema fatorial 3 x 6, com três espécies de gramíneas e seis doses de Hg (0, 1,2, 7,2, 21,6, 43,2 e 86,4 mg kg⁻¹). Foi realizada adubação conforme recomendação. Após 150 dias, foram analisados parâmetros fisiológicos e biométricos das plantas, bem como propriedades químicas do solo. Os resultados revelaram que o estresse por Hg impactou negativamente todas as espécies, mas suas tolerâncias e mecanismos de remediação diferiram significativamente. B. decumbens e M. minutiflora demonstraram potencial para fitoestabilização, tolerando níveis moderados a altos de Hg e mantendo significativamente a CTC, a saturação por bases e o enxofre disponível, fatores-chave para a imobilização do Hg. P. notatum também apresentou tolerância, mas com estratégia distinta, mobilizando Ca e Mg, o que sugere potencial para fitoextração. Este estudo conclui que B. decumbens e M. minutiflora são um excelente candidatos para programas de fitoestabilização em solos tropicais contaminados por Hg, oferecendo o benefício duplo de reduzir o risco ambiental e restaurar a saúde do solo.