Potencial de propagação e eficiência de fungos micorrízicos arbusculares em áreas afetados pela deposição de minério de ferro sob reabilitação
restauração, mineração, fungos micorrízicos arbusculares.
A mineração de metais no Brasil possui uma importância histórica. Essa atividade, até hoje, ainda segue ativamente em todo o Brasil, que é passível para tais práticas. Nesse viés, destaca-se a Barragem do Fundão no distrito de Bento Rodrigues, da empresa Samarco, que, além de realizar a extração de minério de ferro, promovia outras atividades em benefício da região. O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorreu devido à negligência por parte das empresas responsáveis, já que se trata de um mecanismo físico que necessita de manutenção, o que gerou diversos impactos no meio ambiente e socioeconômicos para a região. A biodiversidade foi severamente impactada, incluindo os fungos micorrízicos arbusculares, de grande importância ambiental e para a manutenção do ecossistema vegetal. Nesse contexto, o estudo objetiva avaliar o potencial de propagação e eficiência de fungos micorrízicos arbusculares em áreas afetadas pela deposição de minério de ferro sob reabilitação. Para isso, foram coletados solos em áreas afetadas com 3, 4 e 5 anos de revegetação e uma área de referência (não afetada), 12 amostras por área. A partir do material do campo, foram realizadas análises de caracterização física e química do solo e densidade de esporos. Para avaliar o potencial de propagação, foi realizada a multiplicação em cultivo-armadilha em vasos com solo inoculado das áreas e iscas vegetais (Brachiaria brizantha - BRS Piatã, Helianthus annuus L. e Glycine max L.). Após 4 meses, houve o desmonte, e foi realizada a análise da densidade de esporos e a colonização micorrízica. O solo-inóculo produzido pelo cultivo-armadilha será utilizado no teste de eficiência para o crescimento vegetal de uma espécie nativa, o ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla (Mart.) Mart.), em tecnossolo esterilizado. Os tratamentos serão as diferentes idades de revegetação (3, 4 e 5 anos), a referência e uma testemunha (sem solo inoculado), totalizando 5 tratamentos e 12 repetições. Ao fim de 3 meses, ocorrerá o desmonte do experimento, onde serão analisadas novamente a densidade de esporos, a colonização micorrízica e as medidas de crescimento vegetal (diâmetro do coleto, altura da planta, matéria fresca e seca da biomassa aérea e radicular, índice de qualidade de Dickson). Após a obtenção dos dados, os mesmos serão analisados por meio de análise multivariada, testes de médias por meio de Tukey, quando houver mais de duas variáveis, e teste t de Student, quando houver apenas duas, ambos a 5% de probabilidade. Espera-se verificar a viabilidade dos esporos de FMAs das áreas afetadas, ou seja, se os esporos presentes no campo conseguiram se multiplicar no cultivo-armadilha e colonizar as raízes das plantas. Além disso, espera-se ter uma resposta do comportamento do ipê, planta nativa, submetido ao solo estéril com rejeito e à presença do solo inoculado oriundo das áreas de revegetação.