MESOFAUNA E MACROFAUNA DO SOLO EM CAFEZAIS E ÁREAS DE CERRADO ADJACENTES EM PATROCÍNIO, MG
café orgânico; café regenerativo; café convencional; biodiversidade, bioma brasileiro
O presente trabalho visa avaliar a influência do manejo do cafeeiro nas comunidades de mesofauna e macrofauna invertebradas do solo e compará-las com as comunidades das áreas de Cerrado adjacentes. Para isso, foram realizadas coletas de meso e macrofauna invertebrada do solo, por meio de armadilhas do tipo pitfalls em áreas de café produzidos por meio de sistema convencional, sistema não convencional (orgânico e regenerativo) e matas adjacentes. Para verificar a influência das variáveis físicas e químicas do solo na comunidade coletou-se amostras de solo para avaliar o pH, fertilidade, textura, teor de matéria orgânica, acidez trocável e efetiva. Avaliou-se a riqueza, abundância, número de grupos tróficos e composição da mesofauna e macrofauna do solo, relacionando com as variáveis do solo. Os animais coletados foram classificados taxonomicamente e divididos em 24 categorias taxonômicas. Foram coletados aproximadamente 93 mil indivíduos em áreas de mata nativa, 32 mil em áreas de plantio de café regenerativo, 20 mil em áreas com café de manejo orgânico e 22 mil em áreas de café em manejo convencional. A área de mata nativa apresentou maior diversidade de indivíduos separados em 21 categorias taxonômicas, sendo que uma menor diversidade foi encontrada em áreas com café regenerativo, com 17 categorias taxonômicas. Áreas com café orgânico foram as únicas onde foram obtidos indivíduos da ordem Isopoda. Já Diplura e Opiliones só foram encontrados em áreas de café convencional e Anura, Escopiones e Pseudoescorpiones só ocorreram em áreas de mata nativa. De modo geral, indivíduos de 16 categorias taxonômicas diferentes foram encontrados em todas as áreas, com Blattodea sendo exclusivo das regiões de mata nativa e manejo orgânico e Isoptera não sendo encontrada em áreas de manejo convencional. Portanto, tais resultados mostram que o tipo de manejo em áreas de plantio de café impacta na macro e mesofauna do Cerrado, principalmente em relação a densidade de indivíduos, mas também a ocorrência ou ausência de algumas categorias taxonômicas.