INDICADORES MICROBIOLÓGICOS DE QUALIDADE DO SOLO RELACIONADOS COM A PRODUTIVIDADE DO CAFEIRO NOs DOMINIOs MATA ATLANTICA E CERRADO EM MINAS GERAIS
Coffea arábica L. Carbono da biomassa microbiana. β-glicosidase. Urease
O sistema de produção de café representa importância econômica e social tanto no Brasil quanto em Minas Gerais. O setor cafeeiro enfrenta um desafio significativo ao buscar maior eficiência na produção de café, sendo a qualidade do solo um fator importante para manter e suportar essas produções. Nesse sentido, os indicadores microbiológicos surgem como uma ferramenta útil para monitorar e prever mudanças ou alterações na qualidade do solo em curtos períodos de tempo, devido à sua alta sensibilidade e elevado potencial de diagnóstico nos sistemas de manejo dos cultivos. Consequentemente a avaliação da qualidade do solo por meio destes indicadores microbiológicos possibilita a reformulação do sistema produtivo, resultando em maior qualidade do solo, podendo levar a um aumento na produtividade das culturas. Sendo assim, objetiva-se com esse trabalho avaliar se indicadores microbiológicos do solo estão relacionados à maior produtividade da cultura de café na região da mata Atlântica como foi demonstrado por Aragão et al. (2020), nas condições do Cerrado no estado de Minas Gerais e também comparar sistemas de manejo convencional e regenerativo no cerrado mineiro. Para tanto, foram utilizadas amostras de solo coletadas na mesorregião oeste de Minas, no município de Santo Antônio do Amparo, em duas propriedades: fazenda da Lagoas do grupo NKG e na fazenda Samambaia do grupo Cambraia. As amostras foram coletadas nos períodos seco 2021/08 e úmido 2022/02, e foram obtidas de cinco pares de talhões, sendo cada par com produtividades diferentes. Destes, dois pares foram da cultivar Acaiá, dois da cultivar Catuaí 62 e um da cultivar Catucai 2SL. No cerrado foram coletadas amostras em 7 fazendas em Patrocinio que incluíam 12 talhões em café e também em 6 áreas de cerrado adjacentes. O procedimento experimental consistiu na coleta de cinco amostras compostas em cada talhão, tomadas a uma profundidade de 0-10 cm na projeção da copa da planta. Em cada uma das 6 áreas de cerrado foi alocado um transecto com 5 pontos aonde foram coletadas amostras compostas. Os seguintes atributos microbiológicos foram avaliados: Carbono da biomassa microbiana, respiração basal microbiana, quociente metabólico, atividades das enzimas urease, β-glucosidase, arilsulfatase, fosfatase acida e hidrólise do diacetato de fluoresceína. Os atributos químicos e físicos foram: textura, pH, matéria orgânica e nutrientes. Os dados foram submetidos à análise de variância e, após validação do modelo estatístico, as médias foram agrupadas pelo algoritmo t-student. Para o cerrado foi aplicado teste de Dunnet. Posteriormente, os valores dos atributos biológicos foram avaliados por análises de componentes principais (PCA). Os indicadores microbianos permitiram discriminar, principalmente na época seca, talhões com diferentes níveis de produtividade e foram positivamente relacionados com as maiores produtividades do cafeeiro. No cerrado as áreas regenerativas geralmente apresentaram maiores valores que o manejo convencional e mais similares às áreas de cerrado.