Estrutura e filogenia de espécies arbóreas associadas a cavernas ao longo do rio Peruaçu
Gradientes climáticos; padrão espacial; biogeografia; Neotropicos; linhagens evolutivas
A diversificação e montagem do Neotropico ainda não é bem compreendida. Florestas secas compreendem em áreas de transição, caracterizadas por seu alto endemismo. Nesses locais, há a existência de enclaves úmidos e prováveis refúgios ecológicos de linhagens úmidas. A presença de cavernas nessas regiões secas atua como um microclima diferente, que os tornam bons ambientes de diversificação de linhagens. Neste trabalho, buscou-se elucidar os processos ecológicos atuais e processos históricos que resultaram na montagem atual do rio Peruaçu. O estudo foi realizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, alocando 41 parcelas de 400 m², amostrando todos os indivíduos maiores que 5 cm e realizado coleta de solo. Foram calculados parâmetros fitossociologicos, diversidade beta taxonômico, biomassa acima do solo, escalonamento multidimensional não métrico (nMDS) e Diagrama de Veen. Foram usados modelos lineares generalizados misto com variáveis do solo. Para as análises filogenéticas, relacionou-se as áreas do parque com áreas úmidas (florestas ombrófilas e semidecíduas) e áreas secas (florestas decíduas e cerrado). Calculou-se ses.pd, ses.mpd e sesm.mntd, além da diversidade beta filogenética e distancias filogenéticas para avaliar a afinidade filogenética entre áreas úmidas e secas. Ao longo do rio, distinguimos cinco habitat, em que o filtro ambiental responde a grande heterogeneidade do ambiente. Existe compartilhamento de linhagens mais recentes dos habitats com áreas úmidas e secas, o que pode ter sido ocasionado por variações climáticas do Quaternário. Bolsões de umidade favoreceram a persistência de florestas úmidas em ambientes secos.