COMPOSIÇÃO QUÍMICA E QUANTIFICAÇÃO DE HPA'S EM CACHAÇAS COMERCIALIZADAS EM GARRAFAS PETS E EM CACHAÇAS ENVELHECIDAS EM TONÉIS DE CARVALHO ( Quercus sp.) COM DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS
Cachaça, Envelhecimento, Tosta, Embalagens poliméricas |
No Brasil, a cachaça é considerada um patrimônio cultural, nasceu com a história do país, ganhando cada vez mais espaço no mercado nacional e internacional. O setor passa por mudanças na comercialização do seu produto, desde novos rótulos, derivados e diferentes tipos de embalagens para a bebida, como as embalagens poliméricas PET. Estas, têm sido utilizadas por alguns produtores, devido seu menor custo e maior durabilidade para o transporte. A técnica de envelhecimento é utilizada para agregar valor à cachaça e outras bebidas; durante o contato da cachaça com a madeira ocorrem reações que são responsáveis pela extração e formação de novos compostos que atribuem cor e aroma diferenciados à bebida. Este trabalho pesquisou a influência do armazenamento de 15 amostras de cachaças comerciais acondicionadas em embalagens poliméricas, e em uma segunda etapa estudou a influência dos diferentes níveis de tosta (sem tosta, fraca, média e forte), em cachaças envelhecidas em toneis de carvalho. Foram analisados o perfil físico-químico, os compostos fenólicos e a concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA’s). Os dados obtidos mostraram que 60% das amostras armazenadas em PET apresentaram resultados fora dos Padrões de Qualidade e Identidade (PIQ’s), estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA), sendo que a maioria das amostras apresentou baixos valores de grau alcoólico. Todas as amostras estudadas apresentaram concentrações de HPA’s, sendo encontrados valores superiores aos da literatura para cachaças armazenadas em outras embalagens. O perfil físico-químico da bebida armazenada em tonéis de carvalho apresentou resultados dentro dos padrões exigidos pela legislação, com exceção da amostra RY3 para a quantificação de aldeídos que se apresentou acima do limite exigido (30,41 mg 100 ml-1 a.a.). Dentre as amostras envelhecidas em toneis com diferentes níveis de tosta, a cachaça armazenada no tonel com tosta média (RY3) apresentou os maiores valores de concentração de compostos fenólicos (36,43 mg L-1), sendo o ácido gálico o composto majoritário encontrado em todas as amostras. As maiores concentrações de HPA’s foram encontradas nas amostras armazenadas em tonéis com tosta média e forte, associando-se a formação destes compostos a tratamentos térmicos. |