Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial em Gatos – Estudo Retrospectivo
felinos, articulação do joelho, doença degenerativa
O ligamento cruzado cranial (LCCr) tem como função impedir o movimento cranial da tíbia em relação ao fêmur e limitar a rotação interna da tíbia, além de prevenir a hiperextensão da articulação do joelho. Sua ruptura/insuficiência é uma lesão frequente nos cães, mas ainda pouco esclarecida em gatos. Isto possivelmente se deve à baixa ocorrência desta afecção nestes animais e à diferença na patogenia da doença entre as espécies. Em gatos o LCCr é mais largo e resistente do que o ligamento cruzado caudal, o que ocorre de forma inversa nos cães. Além disso, os gatos possuem um biotipo mais atlético e ágil, e demonstram menos a sintomatologia clínica das afecções articulares. Tais ocorrências sugerem o porquê de a ruptura ser menos comum nos gatos. Sendo assim, os padrões descritos para cães ainda são bastante utilizados como referencial. A condição mais frequente para lesão isolada do LCCr ocorre em cães obesos, sedentários e idosos devido à degeneração ligamentar. Em gatos, acredita-se que existam dois grupos distintos que podem manifestar lesão do LCCr: no primeiro grupo, a ruptura ligamentar está associada ao fator traumático evidente e geralmente está acompanhada por lesões em outras estruturas periarticulares; no segundo grupo, constituído por gatos predispostos, a lesão do LCCr está associada com fatores degenerativos e geralmente não há histórico de trauma. Em gatos, assim como nos cães, histologicamente os ligamentos são formados por fibras de colágeno agrupadas. Com a ruptura/insuficiência, estas fibras se apresentam de forma desorganizada. A caracterização anatomopatológica do joelho de gatos ainda não foi bem esclarecida em se tratando da lesão do LCCr. O estudo da caracterização epidemiológica, clínica, histológica e radiográfica em gatos com ruptura do LCCr é de suma importância para a elucidação da afeção nesta espécie