Expansão dos casos de dengue e outras arboviroses na Região das Américas
Dengue, febre amarela, zoonoses, saúde única.
A diminuição da pandemia de COVID-19 não aliviou as preocupações globais em relação ao aumento da incidência de doenças infecciosas em todo o mundo. Nesse novo cenário, agravado pelas mudanças climáticas e pelas modificações ambientais, a disseminação de doenças transmitidas por vetores, especialmente em países em desenvolvimento, se intensificou. A dengue continua sendo a arbovirose mais prevalente nas Américas, juntamente com a chikungunya, o zika e a febre do Oropouche emergente — todas com aumento de casos e expansão geográfica. Apesar dos esforços em gestão integrada de vetores, o controle das populações de vetores, particularmente do gênero Aedes, continua sendo um desafio considerável. Diversos fatores sociais, econômicos e ambientais, em escalas regionais e globais, influenciam o surgimento e a disseminação de arboviroses em áreas anteriormente não afetadas. Modelos preditivos indicam que as mudanças climáticas expandirão ainda mais a distribuição dos vetores, com o aumento das temperaturas, alterações nos padrões de precipitação e resistência a inseticidas contribuindo para a persistência das populações de mosquitos. Além da febre amarela e da dengue, a disponibilidade limitada de vacinas para arboviroses agrava o ônus para a saúde pública, resultando em mais casos, hospitalizações e mortes. São urgentemente necessárias estratégias sustentáveis e integradas com foco no controle de mosquitos, diagnóstico clínico preciso, fortalecimento da vigilância epidemiológica — com ênfase no monitoramento entomológico e genômico — e engajamento comunitário. Pesquisas em saúde e iniciativas educacionais são cruciais nesses esforços, juntamente com ações coordenadas que priorizem medidas preventivas e de controle.