LEVEDURAS MICROENCAPSULADAS POTENCIALMENTE PROBIÓTICAS COMO TRATAMENTO PARA DISBIOSE INDUZIDA POR ANTIBIÓTICO
Probióticos, modelo animal, disbiose, microbioma, vancomicina, spray drier
Leveduras são microrganismos eucarióticos encontrados em ambientes naturais, incluindo plantas, ar, água e alimentos. Alguns estudos demonstram que as leveduras quando ingeridas, exercem efeito positivo sobre a saúde e fisiologia do hospedeiro, podendo assim ser utilizadas como probióticos. Este trabalho tem como objetivo tratar disbiose induzida por antibiótico em camundongos BALB/c utilizando leveduras potencialmente probióticas microencapsuladas. A partir de estudos anteriores foram selecionadas as cepas Saccharommyces cerevisiae (CCMA 0732) e Pichia kluyveri (CCMA 0615) por apresentarem atributos probiótico e potencial para aplicação em modelo in vivo. O trabalho foi dividido em duas etapas, na qual a primeira foi a microencapsulação das leveduras por spray drying e a segunda consistirá no tratamento da disbiose dos animais. Na primeira etapa, as leveduras (8 log UFC/ mL) foram microencapsuladas separadamente utilizando soro de leite em pó em diferentes concentrações (15%, 20% e 30%) e soro de leite em pó (15%) acrescido de alginato de sódio (1%). A caracterização das leveduras microencapsuladas foi realizada em relação à viabilidade das microcápsulas após a secagem e durante dois meses de armazenamento (4 ºC e 25 ºC). Além disso, foi realizado o rendimento, tamanho de partícula, exposição as condições gástricas simuladas e armazenamento refrigerado em bebida fermentada. A viabilidade após secagem variou de 84,50 a 98,99%. S. cerevisiae CCMA 0732 obteve maior viabilidade nas duas temperaturas de armazenamento quando microencapsulada com 20% WP e 30% WP e P. kluyveri CCMA 0615 alcançou maiores percentuais de viabilidade, em ambas as temperaturas, quando microencapsulada com 15% WP e 15% WP + 1% ALG. Os ensaios 20% WP (S. cerevisiae CCMA 0732) e 15% WP (P. kluyveri CCMA 0615) foram os únicos capazes de manter a viabilidade acima de 70% após a simulação gástrica. Em relação ao armazenamento refrigerado em matriz alimentar, a viabilidade ficou acima de 90% em todos os ensaios. Por fim, a microenpsulação também demonstrou ser capaz de proteger as células durante a simulação de passagem pelo trato gastrointestinal. A segunda etapa consistirá em um teste in vivo em modelo de disbiose induzida por antibiótico. Serão utilizados 30 camundongos BALB/c divididos em 3 grupos, com ou sem indução de disbiose (vancomicina 1mg/dia) que irão ou não receber a levedura microencapsulada 107 UFC/ml diluída em salina por via intragástrica (gavagem). O experimento terá duração de 28 dias. Será avaliada a presença e viabilidade da levedura nos lavados intestinais, assim como o perfil da microbiota após indução de disbiose e tratamento com as leveduras potencialmente probióticas. Além disso, serão avaliados os possíveis benefícios a saúde do animal, através da análise histológicas do intestino, parâmetros inflamatórios e bioquímicos sanguíneos. Espera-se que o material de parede utilizado na microencapsulação confira uma maior resistência às condições gástricas e consequentemente maior viabilidade para as células de levedura. Além disso, espera-se que as estirpes testadas gerem benefícios aos animais, como por exemplo recomposição da microbiota após a indução de disbiose, somada a alterações positivas na morfologia do intestino e melhora de parâmetros inflamatórios sistêmicos.