Distribuição espacial dos atributos físico-hídricos do solo em uma área de recarga de nascente
Palavras-chave: Geoestatística. Krigagem. Física do solo. Dinâmica hidrológica.
A quantidade e qualidade da água produzida por uma nascente são controladas pela interação entre os
fatores que atuam em sua área de recarga, entre eles, as características e propriedades físico-hídricas dos
solos. Nesse sentido, visando a manutenção da produção de água pelas nascentes e a compreensão da
dinâmica hidrológica nestas áreas, torna-se fundamental conhecer o comportamento dos atributos físico-
hídricos do solo e a forma como estão distribuídos no espaço. Diante disso, o objetivo do presente
trabalho foi analisar a distribuição espacial e realizar o mapeamento dos atributos físico-hídricos da área
de recarga da principal nascente que abastece a Universidade Federal de Lavras, MG. Após a delimitação
da área de recarga por meio de ferramentas SIG, foi estabelecida uma malha amostral com pontos
separados por 50 m e, em cada um, foram coletadas amostras de solo deformadas e indeformadas, nas
camadas de 0 – 20 cm e 20 – 40 cm. Para a caracterização físico-hídrica do solo, foram determinadas, em
laboratório, a condutividade hidráulica do solo saturado (K0), densidade do solo (Ds), densidade de
partículas (Dp), volume total de poros (VTP), porosidade drenável (μ), teor de matéria orgânica (MO) e
teores de areia, argila e silte. Posteriormente à etapa de análise exploratória dos dados, a análise
geoestatística foi aplicada para o estudo da estrutura espacial dos atributos físico-hídricos. Após a
seleção do melhor modelo de semivariograma teórico, os valores ajustados de cada parâmetro foram
utilizados para a geração dos mapas, adotando-se krigagem ordinária como interpolador. Para a camada
0 – 20 cm, os atributos Ds, Dp e VTP foram classificados como de baixa variabilidade e μ, MO, areia,
argila e silte, de média variabilidade. Para a camada 20 – 40 cm, os resultados foram similares, exceto
para μ que apresentou alta variabilidade, com um CV de 66,69%. A condutividade hidráulica do solo
saturado apresentou alta variabilidade para as duas camadas analisadas, com CV de 128,15% e 217,22%,
respectivamente. Por meio da análise do grau de dependência espacial, para ambas as camadas, a maioria
dos atributos físico-hídricos apresentou dependência espacial classificada como forte e nenhuma como
fraca. Para a camada 0 – 20 cm, o modelo de semivariograma teórico que melhor se adequou à maioria
dos semivariogramas experimentais foi o gaussiano e, para a camada 20 – 40 cm, o exponencial. A
interpolação por meio da krigagem ordinária permitiu a geração de mapas que podem ser considerados
ferramentas importantes ao entendimento da dinâmica hidrológica na área de estudo, contribuindo para a
identificação de regiões favoráveis à recarga de água e, dessa forma, auxiliar o estabelecimento de locais
prioritários para proteção e implementação de práticas conservacionistas.