Biochar de casca pequi: desempenho de aplicação em solos condicionados à
irrigação com água salina
Salinidade. Caryocar brasiliense. Qualidade de água de irrigação. Biocarvão.
Com o importante papel de suprir a demanda hídrica requerida pelas plantas, a qualidade da
água de irrigação, comumente relacionada à quantidade total de sais dissolvidos em sua
composição, aparece como um importante fator a ser considerado, diretamente relacionado à
produtividade agrícola e à sustentabilidade dos recursos naturais, água e solo. O presente
trabalho objetiva contemplar o estudo do biochar, obtido a partir da casca do pequi (Caryocar
brasiliense) e ativado quimicamente com magnésio, bem como a aplicação dos resíduos
provenientes do fruto, como uma alternativa mitigadora da salinidade da água destinada à
irrigação, sendo analisada a eficiência e a melhor forma de aplicação dos mesmos. Dessa forma,
a fim de se estimar a capacidade de interação do biocarvão e dos resíduos com o sódio (Na),
cálcio (Ca) e magnésio (Mg), principais íons associados à salinidade de água, a experimentação
será realizada em duas etapas. Por meio das isotermas e cinética de adsorção, na primeira fase
do estudo serão aplicados quatro níveis do biochar (BCP) e do resíduo de pequi (RP) (0,5; 1,0;
1,5 e 2,0 g) em água salina sintética com condutividade elétrica de 4,5 dS m-1, considerando-se
duas granulometrias testes: 0,1-0,5 mm (G1) e 1,0-2,0 mm (G2). A segunda fase do estudo
consiste em avaliar o desempenho dos adsorventes em dois diferentes tipos de solo, argiloso e
de textura média. A partir da simulação de irrigação com a água salina sintética em colunas
experimentais, serão analisados, além da remediação dos efeitos adversos acarretados, a
influência de aplicação dos produtos enquanto condicionantes do solo. Por meio de
delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial, serão estudadas as interações
simultâneas entre quatro níveis de granulometrias: 0-0,5 (GS1); 0,5-1,0 (GS2), 1,0-2,0 (GS3) e
2,0-4,0 mm (GS4), em função dos adsorventes para cada tipo de solo, a uma dose de 10%. A
hipótese para o estudo é de que o biochar de pequi, quimicamente ativado com magnésio,
alcance os melhores resultados quanto à mitigação da salinidade e como condicionante do solo,
sendo sua eficiência proporcional à taxa de aplicação, sob uma menor granulometria.