CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUCITA PRECIPITADA NA REMOÇÃO DE NITROGÊGIO E FÓSFORO DE EFLUENTES DE SUINOCULTURA E ABATEDOURO
Precipitação química. Recuperação de Fósforo. Águas Residuárias. Cristais de Estruvita.
Atualmente, os processos físico-químicos têm sido amplamente estudados para remover o fósforo em precipitados de ortofosfato com cal, alumínio e sais de ferros. O método que tem se destacado é o processo de precipitação com geração de cristais de estruvita (MgNH4PO4.6H2O), que pode ser uma alternativa para recuperar o fósforo presente nas águas residuárias. O presente trabalho teve por objetivo geral recuperar o fósforo na forma do sal estruvita em efluentes de suinocultura e abatadouro, e avaliar a qualidade dos cristais gerados, com a possível identificação da estruvita. A dissertação encontra-se estruturada em dois capítulos. No primeiro avaliou-se a eficiência de remoção de fósforo por meio da precipitação de estruvita. Os efluentes foram submetidos a tratamentos prévios antes às reações de precipitação. Foi adicionado nos efluentes MgO (óxido de magnésio), e se necessário a adição de sais como o KH2PO4 (fosfato de potássio monobásico) e NH4Cl (cloreto de amônio) para obter-se três diferentes proporções estequiométricas entre Mg2+, PO43- e NH4+e fixação do pH em 9,5. O primeiro ensaio foi com relação estequiométrica entre Mg2+, PO43- 1:1, o segundo com relação estequiométrica entre Mg2+, PO43- 1,6:1 e o terceiro ensaio com relação estequiométrica entre Mg2+, PO43- e NH4+ 1:1:1. Os ensaios foram realizados em um sistema jar-tests. Em ambos efluentes, os ensaios promoveram eficiências de remoção de até 97% de fósforo na forma de fosfato. Além disso, comparado com as outras relações estequiométricas, a relação Mg2+, PO43- e NH4+ de 1:1:1 foi a que se mostrou mais eficiente. No segundo, as amostras sólidas peneiradas foram avaliadas por métodos de Espectroscopia de Absorção na Região do IV (FTIR) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV /EDS), verificando a possível formação de estruvita, com base em uma amostra de referência. Os espectros foram gerados no software OriginPro 8 e todas as amostras foram realizadas na Universidade Federal de Lavras. As análises dos sólidos gerados nessa última etapa possibilitaram a identificação majoritária de estruvita e um discreto crescimento dos cristais. Portanto, destaca-se o processo de precipitação de estruvita como uma alternativa de pós-tratamento, tendo em vista, que os resultados são considerados satisfatórios e que o precipitado possui um potencial para ser usado como fertilizante.