ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO E IMPACTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE
Modelos de Nicho Ecológico. Levantamento de Mamíferos de Médio e Grande Porte. Mudanças Climáticas
A escassez de informações e estudos de base tais como levantamentos de espécies leva à consequências drásticas para a biodiversidade, afetando tomada de decisões, realização de pesquisas e dificultando o desenvolvimento de novas perguntas sobre o objeto de estudo. Sem conhecimento do que já conhecemos e estudamos tentar entender, por exemplo, como as mudanças climáticas vão afetar nossas espécies se torna extremamente impreciso, já que é necessário ter um conhecimento acurado da distribuição das espécies no presente para podermos desenvolver pesquisas ecológicas complexas e aprofundar o conhecimento na área. Diante disso, nessa tese vamos focar em resolver duas grandes lacunas no conhecimento de mamíferos, a distribuição de trabalhos no Cerrado e Mata Atlântica e os impactos de mudanças climáticas em dois cenários futuros. No primeiro artigo encontramos que tanto a riqueza de espécies quanto o número de trabalhos é maior na Mata Atlântica do que no Cerrado, porém ainda existem grandes lacunas de amostragens onde precisamos realizar novos esforços de amostragem, principalmente no bioma do Cerrado, mostrando uma necessidade muito grande de realizar novos eventos de amostragem nos biomas estudados e precisamos focar na criação e aplicação de metodologias padronizadas de amostragens e exposição dos resultados, pois a diferença metodológica dificulta a comparação de diferentes trabalhos. No segundo capítulo usamos as espécies para modelar o impacto de mudanças climáticas no futuro, em um cenário otimista com menores variações climáticas e um cenário pessimista com variações climáticas drásticas. Nós encontramos que áreas com alta riqueza de espécies no presente, estão concentradas na região sudeste da América do Sul e vão sofrer grande diminuição na área de cobertura, com maiores perdas no cenário pessimista, sendo que as espécies que mais vão sofrer perda de área de distribuição são as espécies dependentes de floresta. Nossos resultados mostram que mudanças climáticas severas, em um curto intervalo de tempo, podem causar grandes variações na distribuição de mamíferos o que pode levar a perdas de importantes serviços ecossistêmicos, no ambiente.