"Sucessão primária em bancos de sedimentos do rio Pandeiros - MG"
Sucessão primária, áreas úmidas, planícies alagáveis, cobertura vegetal
Sucessão ecológica em áreas sem ocupação prévia, tem sido um tema central em toda a história da ecologia. As novas formas de relevo, decorrentes de processos fluviais, são colonizadas por plantas, em sua maioria pioneiras nos processos sucessionais. Assim, os objetivos deste trabalho foram entender como a sucessão ecológica ocorre nos bancos de sedimentos localizados nas margens do rio, avaliar a composição vegetal e os estágios de sucessão primária em bancos de sedimentos ao longo do rio Pandeiros, investigar os padrões de diversidade e riqueza das comunidades nos bancos de sedimentos durante cada ciclo sazonal e analisar como as variações ambientais (distância à linha d’água, inclinação da área e cobertura de dossel) influenciam na composição vegetal. Para este fim, em 10 bancos de sedimentos selecionados para estudo. Neles foram feitas estimativas de cobertura vegetal de indivíduos em parcelas contínuas de 1m², distribuídas em 5 transecções por banco de sedimento. As variáveis ambientais foram obtidas com o auxílio de trenas e clinômetro. Para a avaliação das mudanças nas comunidades vegetais influenciadas pelo ciclo sazonal, foram calculadas as frequências absoluta e relativa para cada espécie, assim como foram elaboradas curvas de extrapolação para comparação de cada banco de sedimentos em períodos de seca e chuva. Foram calculados índices de diversidade, Shannon e Simpson e Equabilidade de Pielou para analisar a riqueza de espécies das áreas. Também foi produzida uma análise de componentes principais (PCA) para avaliar a influência das variáveis ambientais e NMDS para analisar a composição vegetal dos bancos de sedimentos. Foi feita regressão linear para entender a relação entre o desnível e da distância das áreas em relação ao rio com a riqueza de espécies. No total, 3039 indivíduos foram amostrados, sendo 919 registrados no período de seca e 2120 no período de cheia. Estes indivíduos pertenciam a 97 espécies de 61 gêneros distribuídos em 30 famílias (Tabela 2). A família Cyperaceae apresentou o maior número de espécies amostradas (18 espécies), seguida por Poaceae (15 espécies) e Fabaceae (13 espécies). De modo geral, a riqueza se mostrou maior durante os registros do período de cheia. Os bancos 1 (H’=3,40) e 5 (H’=3,38) obtiveram a maior diversidade de espécies, de acordo com o Índice de Shannon. A cobertura vegetal foi a principal variável a contribuir com a caracterização das áreas, especialmente na seca onde foi possível observar a influência do clima no ambiente.