Avaliação da dinâmica de carcaças de peixes no rio Paraopeba: bases para melhores estimativas de danos em eventos de mortandade
Ictiofauna. Mortalidade de peixes. Rompimento de barragem. Córrego Ferro-Carvão.
Eventos de mortandade de peixes estão, em grande parte, ligados às atividades antropogênicas. Eles podem reduzir as populações e alterar toda a dinâmica da comunidade, além de causar perdas econômicas significativas. Nas regiões neotropicais como o Brasil não há, ainda, estudos que possibilitem a realização de estimativas mais precisas do número de peixes mortos, especialmente em grandes sistemas fluviais. Esta dissertação possui o objetivo de entender a dinâmica de carcaças de peixes e a partir disso ser capaz de estimar o número de peixes afetados. Para isso, foi realizado um experimento com soltura de carcaças de Oreochromis niloticus no rio Paraopeba durante 12 meses. O produto dessa dissertação é um artigo científico, onde trago os resultados obtidos através desse experimento. Os resultados indicam que menos de 5% das carcaças foram detectadas, ressaltando assim a subestimação na contagem, especialmente para peixes pequenos. O tempo decorrido após a soltura das carcaças se mostrou crucial para estimativas precisas, com mais de 70% das carcaças recuperadas nos primeiros dois dias. A vazão do rio, temperatura da água e pluviosidade foram variáveis relevantes na recuperação, influenciando diretamente na distância percorrida pelas carcaças. Dessa forma, é destaca a subestimação nas estimativas, principalmente para peixes pequenos, sendo de grande importância que as ações sejam rápidas após eventos de mortandade. É proposto então, estudos mais abrangentes, considerando diferentes espécies e ambientes, ressaltando a necessidade de bases sólidas para políticas de conservação e mitigação.