METABOLÔMICA, PROTEÔMICA E BIOQUÍMICA DE GLIRICÍDIA SEPIUM (JACQ.) STEUD. SUBMETIDA A ESTRESSE SALINO.
Salinidade, gliricídia, metabolômica e proteômica
Atualmente, a agricultura mundial enfrenta diversos desafios, entre eles, aumentar a produção em aproximadamente 70% a mais de alimentos para a população em constante crescimento (REDDY et al., 2017). Altas concentrações de sais nos solos são responsáveis por grandes reduções nos rendimentos de uma grande variedade de culturas em todo o mundo e resultam em perdas anuais de bilhões de dólares (WU, 2018). A menor produtividade na maioria dos casos é atribuída a vários estresses abióticos (SHANKER; VENKATESWARLU, 2011), dentre eles: alta salinidade, seca, frio e calor, influenciam negativamente a sobrevivência, a produção de biomassa e o rendimento de alimentos básicos em até 70% (VORASOOT et al., 2003; KAUR et al., 2008; AHMAD et al., 2010; THAKUR et al., 2010; MANTRI et al., 2012; AHMAD et al., 2012). A presença de sais solúveis em excesso no solo compete com a absorção e o metabolismo de nutrientes minerais essenciais para as plantas (WANG et al., 2003). O estresse salino afeta todos os principais processos no ciclo de vida das plantas, como germinação, crescimento, pigmentos fotossintéticos e fotossíntese, relação hídrica, desequilíbrio de nutrientes, estresse oxidativo e rendimento (PARIHAR et al., 2015). Diante da diversidade vegetal, a gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) oferece potencial forrageiro diante a irrigação com água salina ou salobra (JUNIOR et al., 2018), contudo, o resultado apresentado pela piscicultura proporciona incrementos na produção de matéria seca e verde sob água salina para toda a planta (FREITAS, 2017). A Gliricídiaé uma espécie que se destaca devido a suas características de uso múltiplo, como a capacidade de fixar nitrogênio e melhorar a fertilidade do solo (CARVALHO FILHO et al., 1997), podendo reduzir o uso de fertilizantes ou até mesmo elimina-los (FONTES et al., 2016). Portando, avaliar possíveis alterações morfofisiológicas de plantas aos estresses abióticos, como a salinidade, pode cooperar para a compreensão/elucidação dos mecanismos de tolerância e/ou suscetibilidade que uma determinada espécie apresenta. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo, obter um banco de dados de proteômica e metabolômica e, posteriormente, analisar os conteúdos, tanto de proteínas quanto de metabólitos, diferencialmente expressos no material biológico, a partir de gliricídias induzidas do estresse osmótico e no fenômeno de recuperação fenotípica.