Caracterização fenotípica da cor da epiderme de maçãs e expressão de genes
relacionados a formação da coloração vermelha
Malus x domestica Borkh. Genes para Antocianinas. Frutos Vermelhos
A maçã apresenta elevada importância econômica mundial, sendo a terceira fruta mais produzida
no mundo. Apesar de existirem maçãs de diversas tonalidades de cor na epiderme variando entre
vermelho, amarelo e verde, no geral, quanto mais vermelha é a maçã maior é o apelo comercial e
mais atrativa é ao consumidor. Dessa maneira, um dos principais focos do melhoramento
genético da cultura é a busca por cultivares que produzam maçãs com maior cobertura de cor
vermelha possível. Além desta característica fenotípica, outras características buscadas pelo
melhoramento genético da cultura são a estabilidade do genótipo, a resistência à doenças e, não
menos importante, a qualidade de fruto. Os objetivos gerais do presente trabalho foram avaliar os
parâmetros colorimétricos relacionados a cor vermelha, o teor de antocianinas totais e a
expressão de genes da rota metabólica das antocianinas na epiderme de maçãs das cultivares Fuji
Mishima, Fuji Suprema e Maxi Gala ao longo de diferentes estágios de desenvolvimento dos
frutos, sob diferentes condições de cultivo. As maçãs das cultivares Fuji Mishima e Fuji
Suprema, cultivadas nos municípios de Caçador-SC e São Joaquim-SC foram avaliadas ao longo
de sete estágios de desenvolvimento do fruto (iniciando com frutos de aproximadamente 21 mm
até o ponto de maturação ideal para a colheita). Já as maçãs Maxi Gala foram avaliadas por dois
ciclos produtivos (2017/2018 e 2018/2019) ao longo de cinco estágios de desenvolvimento
(mesmo padrão que as maçãs ‘Fuji’), sendo comparado o efeito do cultivo sob telas antigranizo
amarela, pérola e preta, além do cultivo em pleno sol. Foram avaliados os parâmetros
colorimétricos relacionados à cor vermelha (L*, a* e ºh), o teor de antocianinas totais e a
expressão dos genes MdCHS, MdCHI, MdDFR e MdLDOX na epiderme das maçãs,
separadamente do lado exposto ao sol do fruto e do lado sombreado. Considerando os clones do
grupo Fuji, a Fuji Suprema produziu maçãs mais vermelhas que a Fuji Mishima em ambos os
locais de cultivo, apresentando também, maior teor de antocianinas. Ao longo das coletas, houve
acúmulo progressivo de cor e antocianinas em maçãs de Fuji Mishima, sendo que em maçãs de
Fuji Suprema não houveram alterações a partir da segunda coleta. Quanto à expressão gênica,
não houveram diferenças substanciais na expressão entre as cultivares nem entre as regiões. Já na
avaliação de maçãs de Maxi Gala produzidas sob telas antigranizo amarela, pérola e preta e
maçãs produzidas em pleno sol, não houve diferença na coloração, teor de antocianinas e
expressão dos genes na epiderme dos frutos produzidos nos diferentes tipos de cobertura. Dessa
maneira, os estudos a respeito do desenvolvimento da cor na epiderme de maçãs gerou
informações importantes e úteis para o desenvolvimento de novos trabalhos relacionados à essa
característica.