PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ESPUMAS FENÓLICAS À BASE DE LIGNINA KRAFT E TANINOS DE STRYPHNODENDRON ADSTRINGENS (MART.) COVILLE
Espumas; Lignina kraft; Taninos; Barbatimão; Nanofibrila de celulose.
Espumas poliméricas, são materiais porosos, que podem ser produzidos com uma vasta gama de propriedades para diferentes aplicações, sendo o fenol e o formaldeído as duas principais matérias-primas para a produção de espumas fenólicas e são obtidos a partir de fontes petroquímicas, gerando impactos aos seres humanos e ao meio ambiente. Nos últimos anos vem crescendo a busca por alternativas sustentáveis para a substituição total ou parcial de produtos sintéticos derivados do petróleo por novos produtos feitos a partir de recursos renováveis, como é o caso das espumas à base de polifenóis como a lignina kraft e os taninos. A lignina é considerada um resíduo das indústrias de celulose e papel, e cada vez mais busca-se estudar novos processos que possam melhorar seu desempenho para o desenvolvimento de produtos com melhores características e aumentar seu valor agregado. Os taninos são definidos como compostos fenólicos solúveis em água que existem em frutas, madeiras, sementes, mas principalmente nas cascas de árvores, da mesma forma que a lignina os taninos também podem ser potencial substituto do fenol na produção de espumas. O presente trabalho tem como objetivos, preparar e caracterizar 8 formulações de espumas fenólicas baseadas principalmente em matéria-prima proveniente de fontes naturais, como a lignina Kraft de Eucalyptus sp. e taninos extraídos de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Barbatimão) livres de formaldeído. Também avaliar a partir das propriedades químicas, físicas e mecânicas se ocorre influência nestas propriedades com a incorporação de glicerina como aditivo e de nanofibrilas de celulose como reforço. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que é possível utilizar a lignina kraft e os taninos da espécie Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville para a produção de espumas utilizando-os como fontes fenólicas, apresentando características promissoras para aplicação como espuma rígida de baixa densidade. Na análise a resistência ao fogo as espumas produzidas se mostraram com comportamento autoextinguível, além disso, nenhuma fumaça, nenhum gotejamento e nenhuma propagação de fogo foram observados durante a combustão das diferentes formulações, assim podendo ser alternativas interessantes para substituição das espumas comerciais para fins de isolamento e embalagens.