Desempenho de nanopartículas de lignina Kraft como agente bloqueador de radiação ultravioleta em papel para embalagem.
Nanopartículas de Lignina.
Ultravioleta.
Propriedades de Barreira.
Papel Revestido.
A lignina é um dos biopolímeros da biomassa vegetal de maior disponibilidade e tem ganhado atenção pelo grande potencial para diversas aplicações. Por ser uma estrutura rica em grupos carboxílicos, ligantes funcionais e hidroxilas fenólicas, que conferem à lignina propriedades antimicrobianas e antioxidantes, pode ser explorada como base para materiais de embalagem, pois é capaz de conferir propriedades de barreira à umidade, difusividade e resistência mecânica ao material. Além disso, a presença de lignina torna as cores das fibras lignocelulósicas mais escuras após a exposição à foto-irradiação, o que pode resultar em efeito positivo para aplicação de lignina como barreira à radiação ultravioleta (UV). A radiação ultravioleta pode causar queimadura de pele em diferentes graus, a radiação ultravioleta também é responsável pela descoloração de corantes e pigmentos, amarelecimento de plásticos e papéis, perda de propriedades mecânicas, degradação e rachaduras em vários produtos, o que leva ao interesse dos fabricantes de tintas, plásticos, papéis, madeira e cosméticos em oferecer produtos que permaneçam inalterados por longos períodos sob condições severas de exposição à luz. Neste estudo, objetiva-se avaliar o potencial da lignina Kraft como precursor de nanopartículas utilizadas como agente bloqueador de luz UV em superfícies de papel, bem como analisar as propriedades de barreira do papel revestido a fim de se observar possíveis melhorias. As nanopartículas de lignina foram preparadas pela técnica de troca de solvente. Inicialmente a lignina foi dissolvida em uma solução acetona/água 7:3 v/v e, posteriormente, a solução foi adicionada à água, formando uma solução coloidal após ser submetida ao processo de sonificação. Depois da remoção da acetona, a lignina coloidal foi aplicada a superfícies de papel comercial em diferentes concentrações, para avaliação da capacidade de bloquear a radiação UVB (280-320 nm) e UVA (320-400 nm). Para isso, o papel revestido foi submetido ao ensaio de envelhecimento acelerado para avaliar o efeito das nanopartículas na resistência às intempéries em função de ciclos de tempo. O papel revestido também foi submetido a diferentes testes para avaliação de propriedades de barreira. Espera-se que este estudo contribua para aplicação da lignina como bloqueador de radiação UV em superfícies de papel, melhorando as propriedades de barreira e criando condições para desenvolvimento de novas tecnologias utilizando-se derivados de biomassa.