EXPLORANDO A CINÉTICA DE COMBUSTÃO DO HIDROCHAR DE Corymbia torelliana POR MEIO DA ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA, DECONVOLUÇÃO DE PICO E MODELAGEM DE PERFIL DE REAÇÃO
Corymbia torelliana, carbonização hidrotérmica, combustão, biocombustíveis, parâmetros cinéticos triplos
Este estudo tem como objetivo realizar uma investigação aplicada e inovadora para melhorar a qualidade energética de resíduos de madeira por meio do pré-tratamento de carbonização hidrotérmica. Para isso, maravalhas da madeira de Corymbia torelliana foram moídas em moinho de facas para redução de sua granulometria, posteriormente o material passou pelo tratamento de carbonização hidrotérmica em três temperaturas diferentes, 180, 220 e 240 ºC sob pressão autógena. Foi realizada a caracterização físico-química da biomassa in natura e dos hidrocarvões, e as análises termogravimétricas foram realizadas em atmosfera de O2 com taxas de aquecimento de 2,5; 5; 10 e 20 ºC min -1 . A energia de ativação global para combustão de biomassa in natura foi determinada em 112,49 kJ mol -1 . Por outro lado, o processo de carbonização hidrotérmica promoveu redução deste valor para 94,85 kJ mol -1 . Esse comportamento se deu, provavelmente, pela estrutura carbonácea altamente amorfa e com elevada área superficial do hidrochar, o que favorece a reação de combustão. Outro fator que pode estar associado é o menor conteúdo de materiais voláteis e compostos reativos no hidrochar. Já o valor mais elevado de energia de ativação na biomassa está atrelado a estrutura complexa dos componentes lignocelulosicos, que exigem maior consumo de energia. O modelo OFW foi selecionado para a biomassa (134,11 ± 7,37 kJ mol -1 ), HC180°C (137,58 ± 22,06 kJmol -1 ) e HC240°C (137,74 ± 17,89 kJ mol -1 ). Para HC220°C, o modelo VZY (139,93,11 ± 23,01 kJ·mol -1 ) foi considerado. A função de conversão para a biomassa in natura foi caracterizada como (1-α), ordem 1, enquanto os hidrochars foram 2(1-α) [-ln(1-α)] (1⁄2). Os parâmetros cinéticos triplos foram determinados e as curvas de conversão juntamente com suas respectivas derivadas foram modeladas, apresentando boa concordância entre os dados teóricos e experimentais, com desvios de 6,51%, 5,08%, 3,09% e 3,25% para a biomassa, 10,40%, 2,88%, 7,11% e 9,71% para HC180°C, 12,81%, 5,23%, 5,19% e 10,91% para HC220°C
e 6,63%, 1,13%, 1,81% e 8,86% para HC240°C para taxas de aquecimento de 2,5, 5, 10 e 20°C min -1 ,respectivamente. Isso facilitou a representação matemática dos processos de reação e permitiu uma comparação abrangente dos resultados.