PRODUÇÃO DE PAINÉIS COMPENSADOS COM ADESIVOS À BASE DE CARDANOL MODIFICADO COM NANOESTRUTURAS DE LIGNINA
Painéis reconstituídos de madeira. Resinas. Nanotecnologia.
Os compensados são painéis fabricados com base no princípio da laminação cruzada colados na sua grande maioria com adesivos à base de formaldeído. No entanto, devido aos efeitos indesejáveis e degradação da qualidade do ar provocados por esses adesivos, surge o interesse por adesivos naturais. O cardanol é um produto natural com grande potencial de utilização na confecção de adesivos devido a constituição química e sua posição de dupla ligação que permite inúmeras funcionalizações e a adição de nanopartículas de lignina pode melhorar as propriedades adesivas. O objetivo do trabalho é avaliar o efeito da adição de diferentes concentrações de nanolignina ao adesivo à base do cardanol nas propriedades de compensados multilaminados. Será utilizada madeira de Pinus oocarpa, proveniente do campus universitário da Universidade Federal de Lavras. A caracterização da madeira será por meio da determinação de suas propriedades químicas e físicas. A síntese do adesivo cardanol-formaldeído ocorrerá via resol, pelo método modificado de aquecimento convencional e a nanolignina será obtida por processo mecânico. Os adesivos serão caracterizados por meio de análise de pH, teor de sólidos, tempo de gel e viscosidade. Serão produzidos compensados colados manualmente com adesivos de gramatura de 280 g/m² e ciclo de prensagem de 1,0 MPa à 160ºC em prensa hidráulica e posteriormente aclimatados a 20 ± 2°C e umidade relativa de 65 ± 5%. Serão produzidos 3 painéis para cada uma das seguintes porcentagens de nanoestruturas inseridas no adesivo: 0, 1, 2 e 3%. Os testes físico-mecânicos realizados nos painéis serão densidade aparente, umidade na base seca, absorção total de água e inchamento em espessura, cisalhamento na linha de cola (na condição seca, úmida e pós fervura), ensaio de flexão com avaliação do módulo de elasticidade e de ruptura, avaliação interface madeira-adesivo (MEV) e teste de combustibilidade. Para nanopartículas, cardanol e adesivo será realizado ainda Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) e análise Termogravimétrica (TG). Espera-se que o adesivo a base de cardanol modificado com nanoestruturas de lignina se torne uma alternativa viável de substituição ao fenol-formaldeído e apresente baixa emissão desse composto.