Desempenho de equipamentos NIR de bancada e portáteis para estimativa de lignina e extrativos em madeira de Eucalyptus
MicroNIR, NIR de bancada, comparação de modelos, propriedades
Com o aumento da demanda por produtividade e qualidade no setor florestal, a espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) tem se destacado como uma técnica promissora para o monitoramento das propriedades da madeira. Essa técnica eficaz e econômica permite a avaliação de várias características da madeira, como umidade, densidade, teor de lignina e extrativos. A técnica NIR baseia-se na interação da radiação eletromagnética com as ligações químicas do material, gerando picos de reflectância que variam conforme as ligações orgânicas presentes nas amostras. Este estudo busca avaliar o desempenho de espectrômetros NIR de bancada e portáteis na estimativa dos teores de lignina e extrativos em madeira de Eucalyptus. As amostras utilizadas foram obtidas de clones de Eucalyptus de duas empresas distintas. A análise de componentes principais (PCA) foi realizada para investigar o comportamento dos dados espectrais, e a regressão por mínimos quadrados parciais (PLS-R) foi aplicada para estimar os teores de extrativos e lignina total para cada espectrômetro. As análises foram conduzidas de forma independente para cada empresa e também de forma conjunta, com o intuito de avaliar o desempenho de um modelo global. Na análise PLS-R com o espectrômetro portátil, a empresa A obteve um coeficiente de determinação (R2) de 0,60 para extrativos e lignina, enquanto a empresa B apresentou R2 variando de 0,35 a 0,82 para extrativos e de 0,10 a 0,57 para lignina. Com o espectrômetro de bancada, a empresa A alcançou R2 em torno de 0,80 para extrativos, e a empresa B variou entre 0,50 a 0,83. Para a lignina, ambas as empresas tiveram R2 entre 0,80 a 0,90. No modelo global, o espectrômetro portátil obteve R2 entre 0,50 a 0,74 para extrativos e 0,50 para lignina, enquanto o de bancada alcançou 0,80 para extrativos e 0,90 para lignina. Na validação dos modelos mais promissores gerados pelo PLS-R, o espectrômetro portátil apresentou R2 de 0,75 e 0,60 para extrativos, e 0,56 e 0,25 para lignina, nas empresas A e B respectivamente. O espectrômetro de bancada obteve R2 de 0,55 e 0,50 para extrativos, e 0,69 e 0,43 para lignina nas empresas A e B respectivamente. No modelo global, o espectrômetro portátil obteve R2 de 0,80 para extrativo e 0,54 para lignina, enquanto o de bancada apresentou R2 de 0,14 para extrativo e 0,72 para lignina. Dessa forma, o espectrômetro de bancada mostrou maior potencial para a estimativa de lignina, enquanto o portátil apresentou melhor desempenho na estimativa de extrativos.