Eremanthus sp.: caracterização anatômica das folhas e comportamento funcional e estrutural de plantas jovens sob variações na disponibilidade hídrica e de radiação
Análise de crescimento, Anatomia vegetal, candeia, cerrado, trocas gasosas
O gênero Eremanthus Less. (Asteraceae) abrange espécies arbustivas e arbóreas conhecidas popularmente por “candeia”, sendo que três destas espécies, Eremanthus erythroppapus, E. incanus e E. glomerulatus, possuem grande representatividade no Estado de Minas Gerais. As “candeias” possuem interesse comercial devido à boa qualidade da sua madeira e, principalmente, aos seus óleos essenciais, apresentando diversos fins terapêuticos. Estas espécies de “candeia” possuem características estruturais semelhantes, sendo difícil a diferenciação em campo. Além disso, Eremanthus incanus ocorre em diversas formações do bioma Cerrado como matas de encosta, Cerrado sensu stricto, Campos Rupestre, entre outras. Esta variação fitofisionômica apresenta diferentes gradientes ambientais, como os recursos hídricos do solo e a radiação, por exemplo, podendo interferir no desenvolvimento da espécie nos diferentes ambientes. Nesse contexto, a tese está dividida em dois capítulos. No primeiro, o objetivo foi caracterizar a anatomia e morfologia externa das destas espécies de “candeia” a fim de facilitar a sua identificação. Foram realizadas análises anatômicas, histoquímicas e ultraestruturais da superfície foliar, além de análises da morfologia externa das folhas, sendo as características observadas avaliadas de forma qualitativa e comparativa. Como resultado, observou-se que a maior diferenciação entre as três espécies foi possível por meio das características morfológicas externas. Os caracteres mais representativos foram utilizados para elaboração de uma chave dicotômica. Assim, os caracteres morfológicos como a forma, consistência, coloração do indumento e pecíolo das folhas são os mais adequados para diferenciação das três espécies de “candeia” estudadas. No segundo capítulo da tese, o objetivo foi analisar as variações das características estomáticas das folhas de Eremanthus incanus em diferentes condições de disponibilidade hídrica e de intensidade de radiação. Para o devido estudo, foi realizado experimento em casa de vegetação com Eremanthus incanus plantados em vasos de plástico de 0,8L, com substrato de terra de subsolo peneirada e casca de arroz carbonizada (3:1), mais a adição de superfosfato simples e cloreto de potássio. O experimento teve 4 tratamentos, com 10 repetições cada: T1 - 100% H2O e 100% Luz; T2 - 100% H2O e 50% Luz; T3 - 50% H2O e 100% Luz e T4 - 50% H2O e 50% Luz. Para o tratamento de intensidade de radiação, foi utilizado sombrite de cor preto, de malha de 50% de sombreamento. Para o tratamento de disponibilidade hídrica, foi utilizado um sensor de umidade do solo (Delta-T, ML2x-UM-1.21) para determinar a quantidade de água a ser irrigada de forma manual. O experimento teve duração de 56 dias. Foram realizadas as seguintes análises: anatomia foliar e radicular (estrutura primária e secundária), trocas gasosas e análise de crescimento. Plantas jovens de E. incanus apresentou modificações estruturais e funcionais devido às variações nas condições hídricas e de radiação.