Características estruturais e fisiológicas em genótipos das espécies de batata doce e trigo sob déficit hídrico
Ipomoea batatas [L.] Lam.; Triticum aestivum L.; anatomia da folha/raiz; estresse hídrico.
A escassez de água é um problema recorrente em alguns países, levando a consequências ambientais e econômicas que serão agravadas no futuro devido às alterações climáticas. A baixa disponibilidade hídrica agrava em grandes problemas na agricultura mundial, e dessa forma, a habilidade das plantas em resistir ao estresse hídrico é de suma importância para o desenvolvimento do agronegócio. Os esforços atuais estão focados no desenvolvimento, avaliação e estudo de novos genótipos de culturas com maior tolerância à seca para aumentar a produção mundial de alimentos. O estresse hídrico afeta os aspectos morfológicos, anatômicos, fisiológicos de diversas plantas, que podem ter um efeito prejudicial na produção agronômica e econômica. Na seca ocorrem diversas alterações e modificações na anatomia da raiz e das folhas, ocorrem mudanças tanto quanto fisiológicas e morfológicas. Apesar dos avanços na pesquisa, existe uma lacuna substancial de conhecimento na inter-relação entre as características anatômicas e morfofisiológicas dos genótipos em estudo com sua resposta ao rendimento em diferentes condições hídricas. Preencher esta lacuna é essencial para avançar no conhecimento e aplicação prática, características associadas a tolerância a seca ajuda na compreensão do processo de adaptação vegetal além de subsidiar os trabalhos dos programas de melhoramento genético responsáveis pela criação de novas cultivares de acordo com as demandas atuais promovendo uma produção mais eficiente e sustentável da batata doce e do trigo. Portanto nosso estudo mostrou que genótipos de batata doce apresentaram características fenotípicas anatômicas e morfofisiológicas que os agrupam como genótipos de resistência a baixas precipitações. Esses genótipos destacam-se por ter características de resistência a seca e capacidade de redução da perda de água, como de alta eficiência no uso da água, bem como características anatômicas do mesofilo favoráveis a seca ao controle da transpiração e para fotossíntese, alta produtividade, maior biomassa, capacidade de redução da perda de água. Nos genótipos de trigo suas características morfofisiológicas e anatômicas da folha apresentadas pelo estresse hídrico com a capacidade de campo a 30%, resultaram em um aumento nas características como na eficiência no uso da água, anatômicas como a densidade estomática adaxial/abaxial, densidade de células epidérmicas abaxial/adaxial, área do feixe vascular, área do floema. Estas características descritas acima foram apresentadas por todos os genótipos em estudo que estão relacionadas às plantas que evitam a seca e não toleram pelos baixos rendimentos morfológicos e fisiológicos a 30% de capacidade de campo. Já para os estudos com os mesmos genótipos nas modificações morfoanatômicas da raiz sob déficit hídrico deram respostas opostas da parte aérea. Portanto, os genótipos do biótipo sequeiro são considerados mais resistentes ao déficit hídrico do que os genótipos do biótipo irrigado devido as suas modificações morfoanatômicas da raiz. Além disso, em condições áridas e nas mudanças climáticas em que a água é limitada na agricultura, os genótipos biótipo sequeiro apresentaram características fenotípicas na raiz promissoras de resistência sob déficit hídrico.