Anatomia e fisiologia foliar das espécies Pimenta pseudocaryophyllus e Pleroma estrelense em um gradiente de floresta nebular
Floresta nebular. Anatomia quantitativa. Xilema secundário. Espessura foliar
A tese teve como objetivo entender o sucesso adaptativo de indivíduos das espécies Pimenta pseudocaryophyllus e Pleroma estrelense através das características anatômicas e fisiológicas ao longo de um gradiente altitudinal em uma floresta nebular. O gradiente compreendeu uma área de Reserva Particular do Patrimônio Natural, denominada RPPN Alto-Montana, e integra a Área de Preservação Ambiental da Serra da Mantiqueira, em Itamonte, MG. Essa área faz parte do Bioma Mata Atlântica, importante formação vegetacional que comporta inúmeras espécies endêmicas. No primeiro capítulo, utilizamos as características anatômicas e fisiológicas de indivíduos da espécie Pimenta pseudocaryophyllus, pertencente à família Myrtaceae em três cotas altitudinais (1500m, 1900m e 2100m). É uma espécie com importância ambiental e cultural, bastante utilizada pela indústria farmacêutica devido às suas propriedades químicas. Através da análise de variância, verificou-se que as estruturas anatômicas variam significativamente ao longo do gradiente altitudinal. Para o segundo capítulo, utilizamos os indivíduos da espécie Pleroma estrelense, da família Melastomataceae, e utilizamos suas características anatômicas, fisiológicas e hidráulicas, além de variáveis químicas e texturais do solo. As amostras foram coletadas nas cotas altitudinais 1500m, 1700m, 1900, 2100m. Foram realizadas análises qualitativas e quantitativas das folhas, galhos e solo, em seguida utilizamos a análise de variância em todas as variáveis (estruturais, fisiológicas e solo). Somente as variáveis que apresentaram diferença significativa entre as cotas altitudinais foram utilizadas na construção dos modelos. Através dos resultados, constatamos que a estrutura anatômica e fisiológica da espécie Pleroma estrelense está diretamente relacionada à altitude, por sintetizar importantes variáveis geográficas e climáticas. Além disso, o solo tem uma influência importante no desenvolvimento da espécie no decorrer das cotas altitudinais. Esses resultados auxiliam na compreensão da distribuição das espécies em florestas nebulares, auxiliando na compreensão de futuras respostas das plantas às mudanças ambientais.