ECOFISIOLOGIA E ANATOMIA DE Schinus molle L. CULTIVADA EM REJEITO DE MINERAÇÃO DE FERRO E SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
Ecofisiologia vegetal, Fitorremediação, Revegetação, Recuperação ambiental
O impacto ambiental ocasionada pela atividade mineradora tem aumentado substancialmente nos últimos anos em todo o mundo. O risco ecotoxicológico em escala global, tornou-se uma preocupação devido a poluição por elementos potencialmente tóxicos (EPTs) nos rejeitos dessa atividade. O Brasil tem enfrentado grandes problemas decorrentes do rompimento de barragens de mineração. Neste âmbito, a fitorremediação e revegetação, podem ser aplicadas como estratégias ambientalmente seguras na recuperação de áreas degradadas. Schinus molle L. é uma espécie pioneira de porte arbóreo que tem demonstrado potencial para fitorremediação e revegetação de áreas impactadas. Entretanto, ainda não se sabe o comportamento da espécie na recuperação ambiental, quando submetida a fatores secundários como o sombreamento. A hipótese desta investigação, é de que S. molle é tolerante ao resíduo de mineração de ferro, e que o sombreamento, como um fator secundário e natural durante a sucessão ecológica, pode afetar características de crescimento, trocas gasosas e anatomia da espécie, bem como a sua tolerância ao resíduo. Dessa forma, o objetivo com este trabalho é avaliar as respostas ecofisiológicas e o potencial de S. molle na recuperação de áreas impactadas por rejeitos de mineração de Fe em diferentes condições de sombreamento. O trabalho será conduzido em casa de vegetação e no Laboratório de Anatomia vegetal da UFLA. Plantas com aproximadamente 90 dias de crescimento, serão transferidas para vasos contendo dois tipos de substrato: areia ou resíduo de mineração de Fe. Os vasos serão mantidos em quatro diferentes condições de radiação: pleno sol, 30, 75 e 85% de sombreamento. O delineamento experimental será inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x4, com quatro repetições (n =32), sendo dois tipos de substrato e quatro condições de sombreamento. As plantas serão cultivadas por 90 dias nestas condições, e serão avaliadas quanto ao crescimento, trocas gasosas, anatomia radicular e foliar e índice de fitorremediação. Os dados obtidos serão submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk com 5% de significância. Posteriormente, serão submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott ou regressão, com 5% de significância. Todos esses procedimentos serão realizados com auxílio do software Sisvar 5.0. Não há trabalhos que correlacionem o sombreamento com o crescimento de plantas em resíduos de mineração. Assim, busca-se verificar o potencial fitorremediador de S. molle e a sua aplicação no reflorestamento e/ou restauração de áreas degradadas por resíduo de mineração de Fe.