Anatomia comparada de duas variedades de cafeeiro em Minas Gerais
Plasticidade anatômica; Coffea arabica; Catiguá MG3; Sarchimor
O conhecimento da anatomia foliar de cafeeiros de diferentes locais é importante para compreender os mecanismos de adaptação das variedades às condições ambientais. Visto que a folha apresenta grande plasticidade, esta atua como um indicador das condições edafoclimáticas, pois confere mais respostas do que a raiz e o caule. Entender a anatomia pode auxiliar produtores a realizar o plantio de determinadas variedades em locais mais apropriados, além de contribuir na criação de cultivares mais tolerantes a estresses ambientais. O experimento foi conduzido nas fazendas experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) nas cidades de Patrocínio e Monte Carmelo. Cada local possui lavouras de café com as variedades “Catiguá MG3” e “Sarchimor”, implantadas em 2017 e recebendo o mesmo manejo desde então. O presente trabalho teve como objetivo verificar modificações na anatomia foliar entre uma mesma variedade de café de diferentes locais, e entre as duas variedades de um mesmo local. Para tanto, coletou-se folhas do terceiro nó e que estavam completamente expandidas para a avaliação da anatomia foliar no Laboratório de Anatomia Vegetal (DBI) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). A partir disso, pode-se constatar que houve variações anatômicas entre as cultivares de um mesmo local e entre uma mesma variedade ocorrente nos dois municípios. Características que
conferem tolerâncias aos estresses ambientais foram observadas, como maior espessamento da cutícula nos indivíduos de Monte Carmelo, o que indica maior irradiação nesse local. Entretanto, nestes também foram verificadas maiores diâmetros do poro estomático, o que pode levar a uma maior transpiração. Além disso, nas variedades de Monte Carmelo, foi verificado um maior diâmetro de vaso, indicando uma maior translocação de água e sais minerais por esses indivíduos.