EFEITOS DE UM FUNGICIDA À BASE DE PIRACLOSTROBINA NA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DE MODELOS VEGETAIS E MICROALGA VERDE
Lactuca sativa, Raphanus sativus, Pennisetum glaucum, Triticum aestivum, Raphidocelis subcapitata, fitotoxicidade, ecotoxicidade.
Os fungicidas à base de piraclostrobina são eficazes no controle de doenças fúngicas e possuem ampla aplicação no setor agrícola, no entanto, há uma grande preocupação sobre seus efeitos em organismos não-alvo e como ele pode afetar o funcionamento do ecossistema. Neste sentido, há a necessidade de estudos com organismos não-alvo do princípio ativo piraclostrobina para entender seus efeitos nos diferentes grupos de organismos vivos. No presente trabalho foi avaliada a ecotoxicidade de um fungicida comercial à base de piraclostrobina sobre a germinação e o desenvolvimento inicial das plântulas de quatro modelos vegetais (Lactuca sativa, Raphanus sativus, Pennisetum glaucum e Triticum aestivum) segundo a normativa OECD 208, e sobre a taxa de crescimento populacional e teor de carboidratos totais na microalga verde Raphidocelis subcapitata segundo a normativa NF EN ISO 8692. O fungicida influenciou negativamente o crescimento e o desenvolvimento das plantas não-alvo, apontando seu efeito tóxico. O contaminante apresentou inibição máxima de 20% da germinação, na maior concentração testada, para as sementes de L.sativa e T. aestivum. Em relação ao índice de velocidade de germinação das sementes, o fungicida à base de piraclostrobina afetou negativamente todas as espécies. Os parâmetros de desenvolvimento das plântulas foram os mais sensíveis como respostas ao fungicida, apresentando reduções dos tamanhos das raízes e partes aéreas com doses até 10 vezes menor que a recomendada para aplicação em campo. O crescimento da população da microalga verde R. subcapitata foi significativamente afetado pelos tratamentos contendo o produto comercial à base de piraclostrobina, especialmente nas maiores concentrações testadas as quais diminuíram o teor de carboidrato total demonstrando o efeito do estresse causado pelo fungicida. Conclui-se que o fungicida a base de piraclostrobina avaliado apresenta efeitos fitotóxico sobre as sementes das 4 espécies testadas, sendo este efeito mais intenso para o Pennisetum glaucum e Triticum aestivum nos parâmetros de medidas das plântulas. Os resultados com a microalga verde sugerem ainda que a piraclostrobina pode ameaçar a saúde da alga se entrar no ecossistema aquático.