BIOTECNOLOGIA VEGETAL APLICADA À PRODUÇÃO DE DMT
Psychotria viridis (Ruiz & Pav), alcalóide, N,N-dimetiltriptamina
A planta Psychotria viridis (Ruiz & Pav) é um arbusto amazônico comumente empregado no preparo da bebida ayahuasca. Recentemente, o número de cerimônias religiosas e terapias de medicina holística utilizando a bebida ayahuasca têm emergido, o que promoveu o cultivo de P. viridis em diversos países. Este crescente interesse, deve-se principalmente ao efeito psicoativo da bebida, que ocorre devido a presença do alcalóide N,N-dimetiltriptamina (DMT), proveniente da espécie P. viridis. O DMT possui grande semelhança molecular com a serotonina, tendo afinidade por receptores serotoninérgicos, o que incentivou diversas pesquisas referentes ao seu potencial terapêutico em diversas neuropatias. Porém, as variações nas quantidades e proporções dos metabólitos presentes nas plantas podem afetar seu potencial terapêutico e a resposta dos pacientes havendo a necessidade de manter a homogeneidade genética da planta cultivada visando a padronização do perfil dos compostos medicinais. Em vista disso, torna-se interessante a aplicação de técnicas biotecnológicas como a cultura in vitro de tecidos, que engloba diferentes técnicas, as quais podem oferecer certas vantagens em relação a métodos tradicionais de propagação. Levando em consideração que na literatura encontram-se trabalhos de cultivo in vitro de tecidos vegetais apenas de outras espécies do gênero Psychotria, este trabalho de pesquisa foi desenvolvido com o objetivo de estabelecer protocolos eficientes para a calogênese da espécie nativa amazônica Psychotria viridis, visando uma futura otimização de processo em de produção em larga escala para aplicação industrial e farmacêutica de seus compostos medicinais de interesse, no emprego de tratamentos alternativos de doenças neurológicas como alzheimer, depressão e ansiedade.