Cannabis sativa L.: Potencial Biotecnológico e Avanços na Micropropagação In Vitro
potencial da cultura de calos in vitro
metabólitos secundários
aplicações farmacêuticas
A Cannabis sativa L., pertencente à família Cannabaceae, é uma planta milenar de origem asiática utilizada historicamente para fins alimentares, industriais e medicinais. É a principal fonte de fitocanabinoides, compostos terpenofenólicos bioativos como o Δ9-tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), sintetizados nos tricomas glandulares das inflorescências. A espécie apresenta grande diversidade genética e química, classificada em cinco quimiotipos conforme as proporções de THC, CBD e canabigerol (CBG). Nos últimos anos, a C. sativa ganhou destaque nas indústrias farmacêutica e agrícola, impulsionada por mudanças regulatórias e pelo interesse em seus efeitos terapêuticos, especialmente no tratamento de condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde o CBD tem mostrado potencial anti-inflamatório e neuroprotetor. Diversos medicamentos à base de canabinoides já estão aprovados para uso clínico. A biotecnologia vegetal tem um papel essencial no avanço das pesquisas com Cannabis, com destaque para as técnicas de cultivo in vitro, como micropropagação, organogênese e embriogênese somática. Tais técnicas permitem a multiplicação clonal, a conservação de genótipos ricos em compostos bioativos e a produção controlada de metabólitos secundários. O uso de biorreatores de imersão temporária e a otimização dos meios de cultura são estratégias promissoras para superar a recalcitrância da espécie. Assim, o cultivo in vitro de C. sativa representa uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva de cannabis medicinal e industrial.