MÉTODOS DE ISOLAMENTO DE INFLORESCÊNCIAS PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA DAS AUTOFECUNDAÇÕES EM Eucalyptus spp.
Autopolinização. Contaminação. Genotipagem. Microssatélites. Melhoramento genético.
Recentemente, alguns programas de melhoramento de Eucalyptus, como o da Cenibra, vêm tentando autofecundar genitores pré-selecionados, para eliminar, pelo menos em parte, a carga genética e melhorar a produtividade de híbridos. No entanto a taxa de sucesso nessas autofecundações não tem sido alta, em especial, por contaminações com pólen externo. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes métodos de isolamento de ramos para a geração de progênies de autofecundação em Eucalyptus sem contaminação com pólens estranhos ao processo. Para isso, foram testados sete tratamentos diferentes, variando os métodos de autopolinização e o material para isolamento dos ramos (tipo e espessura do tecido) com a finalidade de evitar contaminações. Os tratamentos foram aplicados, em seis matrizes de cada uma das espécies E. grandis e E. urophylla, com três repetições (ramos diferentes na mesma matriz) e 100 botões polinizados em cada repetição. A escolha das matrizes foi com base no histórico de autofecundações já realizadas, selecionando-se matrizes com três diferentes taxas de insucesso, devidamente comprovadas por genotipagem de microssatélites. Os frutos foram colhidos, beneficiados, e as sementes de cada repetição foram semeadas em 11 tubetes. Em razão do elevado custo, foram selecionados três dos sete tratamentos para genotipagem. Para cada tratamento e repetição, avaliaram-se a quantidade de botões vingados 30 dias após as polinizações; a quantidade de frutos colhidos 180 dias após as polinizações; a quantidade de tubetes germinados 30 dias após a semeadura; e a porcentagem de autofecundações confirmadas por genotipagem. Não houve diferenças significativas no número de botões vingados, frutos colhidos e tubetes germinados entre os tratamentos ou classes de insucesso das matrizes avaliadas. Houve diferença significativa para a espécie, sendo que as matrizes de E. urophylla tiveram maior sucesso nas autofecundações quando comparadas à E. grandis. Pela genotipagem, a taxa de autofecundação só foi significativamente afetada pela espécie, sendo também mais favorável em E. urophylla. Em relação aos tratamentos e às classes de matrizes também não houve diferenças significativas na taxa de autofecundação. Esse resultado, apesar de inesperado, é útil para a empresa. Como não há diferenças significativas entre os tratamentos, pode-se optar pelo tratamento com maior facilidade operacional. Sendo assim, as autofecundações serão realizadas na empresa, seguindo o método 2, que consiste na simples limpeza e isolamento dos ramos, antes da abertura das flores, eliminando-se a necessidade de armazenamento de pólen e da polinização controlada, o que facilita bastante a operacionalidade do processo.