INVERTENDO A CENA: O CINEMA COMO UM ESPAÇO DE FORMAÇÃO CULTURAL DOCENTE
NÃO INFORMADO
Este trabalho buscou refletir sobre as contribuições, as possibilidades e os limites do uso do cinema na promoção da formação cultural docente na perspectiva da Teoria Crítica da Sociedade. O cinema seria um facilitador nos processos de formação de professores? Qual o tipo de influência uma experiência com o cinema poderia exercer no processo de formação cultural docente? Procurei responder essas duas questões investigando como se constituiu historicamente a gênese da relação entre cinema e educação em nosso país, como a formação cultural se faz presente nos currículos das licenciaturas e quais as possibilidades do uso do cinema para a promoção desta formação. A metodologia utilizada lançou mão dos métodos da pesquisa bibliográfica do tipo revisão narrativa, pesquisa documental e relato autobiográfico. A discussão sobre formação cultural teve como aporte teórico os conceitos de formação (Bildung) e semiformação (Halbbildung)
presentes nos ensaios que compõem as obras “Teoria da Semiformação”, “Educação e Emancipação” de Theodor W. Adorno e “Dialética do Esclarecimento” de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Na análise documental dos currículos dos cursos das licenciaturas das universidades públicas mineiras verificou-se a ausência de disciplinas que se relacionam com as temáticas da formação estética e cultural docente. Procurei, por meio de um relato autobiográfico, fazer um resgate histórico dos dez anos do Projeto Cinema Com Vida descrevendo suas ações, as obras exibidas, suas diferentes fases, como se deu meu encontro com os filmes nos momentos que participei do projeto e quais foram as contribuições desta participação para minha identidade pessoal e profissional. Por fim, foi possível reconhecer importância das experiências estéticas e da linguagem cinematográfica que podem favorecer não só práticas educativas mais ricas e estimulantes, mas também uma formação mais completa do próprio indivíduo que leciona.