MONITORAMENTO DA DEGRADAÇÃO DO SOLO, TERRITÓRIO CONE SUL, RONDÔNIA, BRASIL
Geoprocessamento, Agricultura familiar, Resiliência climática
A relação entre a sociedade e o meio ambiente é um tema de crescente preocupação global, com a conservação do solo sendo crucial para a sustentabilidade. As atividades humanas e as mudanças climáticas têm acelerado a degradação do solo, impactando a segurança alimentar e a resiliência dos ecossistemas. A degradação induzida pela seca, que inclui compactação e perda de biodiversidade, afeta principalmente áreas de pastagem e lavoura, exacerbando a vulnerabilidade dos pequenos produtores. Eventos extremos, como secas prolongadas e intensas, tornam-se mais frequentes na Amazônia, impactando a umidade e matéria orgânica do solo e aumentando sua suscetibilidade à erosão e desertificação, com sérias consequências socioeconômicas e ambientais. Em Rondônia, na Amazônia Ocidental, a expansão agropecuária e as secas recentes têm gerado um cenário de vulnerabilidade ambiental. O Território do Cone Sul, em particular, com seu histórico de uso intensivo do solo e vocação agropecuária, é altamente suscetível aos efeitos da seca. A degradação, que inclui compactação e perda de biodiversidade, afeta principalmente pastagens e lavouras, agravando a situação dos pequenos produtores. A urgência de compreender a relação entre a seca e a saúde do solo no Cone Sul de Rondônia é vital. O monitoramento da degradação do solo emerge como uma ferramenta indispensável para o planejamento territorial. Este estudo propõe investigar a degradação do solo na região utilizando geotecnologias, buscando preencher uma lacuna de estudos detalhados e focar na vulnerabilidade dos pequenos produtores. Para tanto, o estudo empregará uma robusta abordagem técnica. Isso inclui a coleta de dados de sensoriamento remoto de diversas fontes, como imagens de satélite Sentinel-2, Landsat-8/9 e MODIS, que fornecerão informações sobre a vegetação e o solo exposto. Além disso, serão utilizados dados climáticos do CHIRPS e ERA5 para monitorar precipitação, temperatura e umidade do solo, e dados de relevo do SRTM para análise de declividade. O processamento dos dados envolverá o cálculo de índices de vegetação como NDVI, SAVI e MSAVI para avaliar a cobertura vegetal e identificar áreas com solo exposto através da razão entre bandas espectrais. O mapeamento de áreas com risco de erosão será feito cruzando dados de declividade com informações de cobertura do solo e precipitação. A análise espacial e modelagem incluirá análise multitemporal, comparando imagens de diferentes períodos de seca e utilizando séries temporais do MODIS para monitorar a redução da vegetação. Será analisada a correlação entre o déficit hídrico (usando o Índice Padronizado de Precipitação - SPI) e o grau de degradação do solo, identificando culturas mais afetadas. Os resultados esperados incluem mapas de degradação do solo que identifiquem áreas críticas, a correlação entre seca e perda de vegetação, e modelos de previsão de risco de erosão. Essas informações servirão de base para o desenvolvimento de ações mitigadoras e de recuperação, como recomendações para manejo sustentável, promovendo a sustentabilidade dos sistemas produtivos e a conservação dos recursos naturais na região.