VALORIZAÇÃO DAS CASCAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DA AMAZÔNIA COMO FONTE DE TANINOS E SEU USO EM ADESIVOS E ANTIOXIDANTES NATURAIS
Anatomia da casca, Caracterização química, Histoquímica, Polifenóis, Bioeconomia.
A obtenção de produtos químicos a partir de biomassas florestais não madeireiras é uma maneira sustentável de valorizar e manter as espécies florestais conservadas. Desta forma, o presente estudo objetiva uma ampla caracterização das cascas de cinco espécies florestais da Amazônia, visando à valorização comercial como fonte de taninos para uso em bioadesivos para madeira e antioxidantes naturais. As cascas das espécies Byrsonima spicata, Croton matourensis, Myrcia splendens, Tapirira guianensis e Vismia guianensis foram coletadas em duas florestas secundárias de aproximadamente 25 e 40 anos localizadas no Estado do Pará, Brasil. Os estudos anatômicos e histoquímicos foram realizados a partir de cortes histológicos e da análise da biometria dos elementos celulares dissociados por maceração. Na caracterização química foram determinados os teores de extrativos, suberina, lignina, polissacarídeos e minerais, assim como, o rendimento em taninos condensados. A estrutura geral das espécies é composta por floema não condutor, floema condutor e ritidoma. As cascas possuem teores médios de extrativos solúveis em etanol e água de (29 a 46,1%), lignina (19 a 33,4%), polissacarídeos (25,4 a 36,2%) e minerais de cálcio (2,9 a 20,6 g kg-1 de casca). Uma rica composição em taninos foi observado nas espécies B. spicata (15,8%) e M. splendens (21,5%). A partir do estudo histoquímico foi observado que os extrativos fenólicos estão localizados principalmente na periderme, região mais externa da casca, permitindo o manejo sustentável das espécies. Assim, através da caracterização das cascas foi possível conhecer o valor químico de cinco espécies florestais do bioma Amazônia, e o promissor uso potencial de seus produtos químicos na geração de renda local.