USO DA ESTIMATIVA RÁPIDA, COMO DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO, EM UMA COMUNIDADE RURAL AFRICANA
Participação da Comunidade 1. África 2. Planejamento Participativo 3
Para se realizar uma intervenção em saúde para a melhoria da qualidade de vida de uma comunidade, faz-se necessário, primeiramente, a realização de um diagnóstico de sua situação de saúde. O uso de ferramentas participativas auxilia em um diagnóstico que reflete a perspectiva do indivíduo inserido na comunidade, levando a propostas de intervenções mais efetivas e contribuindo para a sustentabilidade das atividades. O método da Estimativa Rápida, constitui-se em uma ferramenta participativa que leva a um diagnóstico situacional em saúde de maneira relativamente rápida e a baixo custo. Ele se sustenta em três pilares para coleta de dados: entrevistas com informantes chave, observação do território e informações existentes, coletadas anteriormente. Estes dados são confrontados em um processo de triangulação que permite a extração da situação de saúde da população avaliada. Este estudo examina a aplicação do método da Estimativa Rápida para o diagnóstico situacional em saúde de uma comunidade rural africana e aponta ações que possibilitarão uma melhoria na qualidade de vida da população. Tem sua fundamentação em um projeto maior de cooperação internacional denominado Cotton-Solos, que tem como principal foco a melhoria das condições dos solos de plantio de algodão com vista a um aumento de produtividade. Os dados foram produzidos por meio de entrevistas semiestruturadas com três integrantes da comunidade, caminhada para observação de território por pesquisadores acompanhados de residentes locais, análise de documentos apresentados pela população e um questionário estruturado. Como resultados demonstrou-se que o método da estimativa rápida foi capaz de enumerar, de maneira genérica, vários problemas de saúde da comunidade que resultaram em propostas e efetivação de ações para a melhoria da saúde desta população. Observou-se a importância das doenças parasitárias, em especial a malária, como fator de morbimortalidade e a necessidade de melhorias de infraestruturas e de saneamento básico. Para a execução das ações, vê-se a necessidade de explorar os problemas apresentados com uma abordagem individual/familiar.