EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE EXTRATOS DE LINHAÇA E/OU AMOREIRA SOBRE O SISTEMA ÓSSEO DE RATAS OVARIECTOMIZADAS
Terapia hormonal, fitoestrógenos, Perda óssea, Menopausa
Estrogênios (E2) são hormônios esteroides, produzidos em quantidades elevadas a partir da puberdade pelos ovários, que promovem suas ações, principalmente, no desenvolvimento de órgãos reprodutivos, mas também atua na modulação da formação óssea. A diminuição na concentração plasmática de E2, em decorrência da falência ovariana, retirada dos mesmos ou utilização de bloqueadores de seus receptores, podem ter efeitos que incluem a osteoporose. Há controvérsias quanto ao uso de terapia de reposição hormonal, o que leva à busca de novas alternativas, como o uso de diversos nutracêuticos que possuem quantidade relativas de fitoestrógenos: moléculas estruturalmente semelhantes ao estrogênio, com potencial de atuar em seus receptores. A semente de linhaça (Linum usitatissimum) e folhas de amoreira-preta (Morus nigra L.) são exemplos desses nutracêuticos. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi verificar a osteoproteção promovida pela suplementação com os extratos de linhaça e/ou amoreira em ratas ovariectomizadas. Para isso, ratas Wistar (n=32) foram submetidas à ovariectomia bilateral e tratadas com extratos de linhaça (400 mg/kg), amoreira (400 mg/kg), linhaça + amoreira (200 mg/kg cada), E2 (0,158 mg/kg) ou salina, diariamente, por 60 dias. Os fêmures e amostras de sangue foram coletados para análise. Foram realizadas quantificação de células ósseas e porcentagem trabecular em lâminas histológicas, micro-CT para observação de modificações morfométricas, e SEM-EDS para mensuração de minerais, na região da cabeça e colo dos fêmures, bem como quantificação da atividade da fosfatase alcalina óssea (ALP) plasmática. Os resultados foram analisados por Scott-Knott à 5% de significância estatística. Observou-se maior número de osteoblastos e osteoclastos nos ossos dos animais tratados com extrato de amoreira. Os animais tratados com os extratos apresentaram maior porcentagem de trabéculas, densidade mineral óssea, volume ósseo, número de trabéculas, e menor porosidade e espaço intertrabecular, semelhantes aos animais tratados com estrogênio. A concentração de cálcio, fósforo e magnésio foi maior nos fêmures dos animais tratados com os extratos em relação aos que receberam salina. Houve maior atividade de ALP nos animais tratados com os extratos, semelhantes aos tratados com estrogênio. Dessa forma, sugere-se que os extratos de linhaça e/ou amoreira foram capazes de prevenir a perda óssea promovida pela falta de ação estrogênica em ratas, atuando possivelmente na modulação do controle da formação óssea, sugerindo que essa suplementação possa prevenir/reduzir os sinais e sintomas causados pela falta de ação estrogênica.