Imunização e Medo da Vacina de Covid-19 em população assistida pela Estratégia Saúde da Família e em Ambiente Universitário
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Apesar dos benefícios comprovados dos protocolos disponíveis, parte da população ainda apresenta receio ou medo de se imunizar, prejudicando a cobertura vacinal e o estabelecimento de imunidade coletiva. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a taxa de imunização e os fatores preditivos do medo da vacina COVID-19 na população assistida pela Estratégia Sapude da Família (ESF) e em comunidade universitária de uma cidade do interior do estado de Minas Gerais, Brasil. Foram aplicados questionários nas modalidades presencial para o público da ESF (in-person survey) e online para o público universitário (online survey), utilizando-se estratégia de pesquisa de “bola de neve” (livre compartilhamento nas redes de relacionamento). No total foram obtidos 1896 e 312 respondentes, respectivamente. As perguntas englobaram dados sociodemográficos, questionário de medo da COVID-19 e perguntas sobre opções de imunização pessoal e dos filhos. A cobertura vacinal foi de 99,1% entre os voluntários do ambiente universitário e 83% entre os assistidos pela ESF. Mulheres de ambos os grupos apresentaram maior medo da COVID-19 (p<0,05). Entretanto, apenas as mulheres assistidas pela ESF reportaram mais medo em receber o imunizante (p<0,05). Pais com maior escolaridade se associaram a um maior entendimento sobre a importância da vacinação dos filhos. Por outro lado, pais mais jovens reportaram mais medo de efeitos colaterais decorrentes da vacinação. Na população da ESF, o grau de medo de vacinar-se foi 1,6 vezes maior entre as mulheres comparado aos homens. Adicionalmente, o grau de medo foi 1,10 vezes maior para cada ponto a mais na escala de medo da COVID-19 (domínio fisiológico). Medidas de comunicação e desmistificação de falsas crenças relacionadas à vacinação são necessárias a fim de mitigar o medo das vacinas e, consequentemente, ampliar a taxa de imunização.