INFLUÊNCIA DA FADIGA MENTAL SOBRE O ESTADO DE HUMOR, PERCEPÇÕES SENSORIAIS E ATITUDES FRENTE A PRODUTOS COM DIFERENTES TEORES DE AÇÚCAR
Açúcar; Fadiga mental; Consumidor; POMS.
Os alimentos mais consumidos atualmente são nutricionalmente pobres e o alto consumo de açúcar no Brasil, aliado ao estresse da rotina, agrava as condições de saúde física e mental, como a fadiga e o comer emocional. O objetivo desse estudo foi analisar a influência da fadiga mental sobre as percepções sensoriais e atitudes frente a produtos com diferentes teores de açúcar. Este é um estudo cross-over com a participação de 100 indivíduos que foram submetidos aos testes com dois protocolos: com exposição a fadiga (PF) e sem exposição/controle (PC). Os instrumentos utilizados foram o teste de Stroop para induzir a fadiga mental e o questionário Profile of Mood States (POMS) em versão reduzida, composto por 42 itens, para investigar o humor do indivíduo. Além disso, foram aplicados testes sensoriais para análise de amostras de suco de maracujá com diferentes teores de açúcar e de rótulos de suco. Os testes aplicados foram a escala do ideal, o teste de intenção de compra e a impressão global. Os dados da avaliação afetiva sem simulação de fadiga foram submetidos ao teste de regressão linear. O valor de R (correlação de Pearson) foi de 0,226. A correlação foi significante (p<0,001) e levemente positiva (Pearson 0,226). Para os indivíduos que foram submetidos à simulação de fadiga, a regressão linear foi empregada com os seguintes resultados: o valor de R (correlação de Pearson) foi de 0,827. A correlação foi significante (p<0,001) e muito positiva (Pearson 0,827). Pelo teste de regressão linear, os valores ideais de doçura para o grupo controle e fadigado foram 10,015% e 10,06%, respectivamente. Apesar dos percentuais serem semelhantes, notou-se que indivíduos fadigados perceberam muita ou pouca doçura em amostras com valores extremos de doçura, enquanto os indivíduos do grupo controle perceberam diferenças mais sutis de doçura. Logo, percebe-se uma influência da fadiga mental sobre a percepção da gradação de doçura, o que pode influenciar as escolhas alimentares do indivíduo. Tanto no protocolo controle quanto no fadigado, a maioria considerou a quantidade de açúcar, o selo de advertência "alto em açúcar" e a tabela nutricional como as informações mais relevantes. No grupo controle, 50% dos participantes destacaram a importância do design da embalagem. Em contraste, apenas 7% dos participantes fadigados mencionaram prestar atenção ao design do produto. Esses achados sugerem que a fadiga mental pode diminuir a atenção a aspectos visuais menos críticos, priorizando informações diretamente relacionadas à saúde.