CORRELAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E INGESTÃO HABITUAL DE VITAMINA A EM IDOSOS RESIDENTES NA CIDADE DE LAVRAS
Envelhecimento. Alimentação. Adiposidade. Pandemia.
A vitamina A tem papel na regulação da diferenciação de células adiposas, bem como no escurecimento do tecido adiposo branco. O papel modulador da vitamina A sobre o tecido adiposo se faz importante durante o envelhecimento, pois nessa fase podem ocorrer alterações na composição corporal como a redução de massa magra e acúmulo de tecido adiposo. Com o advento da pandemia de COVID-19 em março de 2020, novos desafios foram impostos a saúde do idoso, e ainda não está claro quais os possíveis impactos do distanciamento social imposto como medidas de prevenção ao contagio, sobre a saúde mental e física dos idosos. Diante do exposto o objetivo primário deste estudo é analisar a correlação entre a ingestão habitual de vitamina A e a composição corporal de idosos residentes na cidade de Lavras. O objetivo secundário é avaliar os impactos da pandemia e das medidas de distanciamento social, nos hábitos alimentares, práticas de atividade e exercícios físicos, hábito de sono e na saúde mental dos idosos assistidos por uma associação de aposentados e pensionistas da cidade de Lavras. Tratase de um estudo transversal de caráter exploratório e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da UFLA. Os procedimentos de coletadas foram separados em Fase 1 e Fase 2, assim como os resultados. Para as coletas da Fase 1 foram aplicados Recordatórios de 24 horas (REC 24h), Questionário de frequência alimentar (QFA), avaliação antropométrica: peso, altura, circunferência da cintura (CC), circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP), e realizada avaliação da composição corporal através de impedância bioelétrica (BIA). As coletas da Fase 2 foram realizadas por meio do contato telefônico entre pesquisadores e voluntários, o consumo alimentar foi avaliado através da frequência de ingestão de alimentos de 12 grupos alimentares (açúcar e adoçante, industrializados, feijões, cereais, raízes e tubérculos, legumes e verduras, frutas, castanhas e nozes, leite e derivados, carnes e ovos, óleos e gorduras e quitandas) no dia anterior. Foram aplicados os questionários, adaptados do Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ versão curta e Índice de Qualidade de sono de Pittsburg versão em português do Brasil (PSQI-BR), e o questionário Escala de depressão geriátrica (GDS). Os resultados da Fase 1 do estudo não indicaram relação entre a ingestão de vitamina A e parâmetros de composição corporal nos idosos avaliados. Observou-se diferença significativa na massa livre de gordura entre os quartis XX e XXX de consumo de vitamina A (p=0,038) segundo o QFA. Os resultados da Fase 2 do estudo indicaram redução significativa no número médio de refeições (p =0,002), no consumo do grupo das quitandas (p =0,001) e de leite e derivados (p =0,032). Aumento significativo no consumo dos grupos dos tubérculos (p=0,032) e castanhas (p= 0,035) no período após o início do distanciamento social. Houve redução importante do tempo gasto em atividade e exercício físico (p=0,000) e não houveram mudanças significativas no sono. Houve aumento significativo (p=0,024) da pontuação final do GDS no momento pós início do distanciamento social.