QUANTIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINAMENTO, INGESTÃO DIETÉTICA E ADAPTAÇÕES NEUROMUSCULARES DURANTE UMA PRÉ-TEMPORADA DE GINÁSTICA AERÓBICA
GAE. Treinamento. Nutrição. Performance. Antropometria
O treinamento e a nutrição, em conjunto, exercem forte influência sobre o desempenho físico em atletas de alto rendimento, sobretudo em modalidades onde o padrão de composição corporal ‘magro’ é valorizado, como na ginástica aeróbica (GAE). Dessa forma, aliar essas variáveis entendendo as demandas de treinamento, bem como a ingestão alimentar torna-se essencial para conseguir alcançar o máximo desempenho físico. O objetivo da presente pesquisa é analisar as demandas de treinamento e alimentares de uma equipe de alto rendimento de GAE e suas implicações em medidas de desempenho físico e composição corporal durante uma pré-temporada. Trata-se de uma pesquisa longitudinal onde dado coletados são correspondentes há um mês de preparação dos atletas. A amostra foi composta por seis atletas femininas de alto rendimento da categoria adulto. No primeiro momento foram coletados dados antropométricos e medidas de desempenho, após isso, durante um mês foram coletados dados de carga de treinamento através da percepção subjetiva de esforço da sessão (PSEs) e quatro registros alimentares de dias aleatórios não consecutivos. Após este período os testes iniciais foram repetidos. Foi realizada a estatística descritiva dos dados, o teste t não paramétrico de Mann-Whitney foi utilizado para a comparação das médias e o ANOVA one-way com Post-Hoc de Sheffé e delta de variação para a comparação dos dados de carga de treinamento, em todas as análises o nível de significância adotado foi de p < 0,05. Não foram encontradas diferenças significativas nas variáveis antropométricas e de desempenho após as quatro semanas. A média semanal de carga de treinamento foi de 298,98 ± 123,7 unidades arbitrárias (UA), com a PSEs média de 3,5 ± 0,89. A ingestão calórica média foi de 1543,42 ± 229,28 kcal, a ingestão de carboidratos foi de 3,81 ± 0,81 g/kg de massa corporal, a ingestão de proteína foi de 1,17 ± 0,26 g/kg de massa corporal, e ingestão de lipídeo foi de 1,01 ± 0,17 g/kg de massa corporal. Curiosamente mesmo em déficit energético as atletas não demonstraram diferenças significativas na massa e composição corporal. Com base na ausência de melhorias de performance e na composição corporal, a carga de treinamento e ingestão pareceram não serem suficientes para promover qualquer alteração neste sentido, embora sejam necessárias mais pesquisas para identificar um padrão de treinamento e alimentação em atletas de GAE, a atual pesquisa já apresenta importantes dados sobre os atletas da modalidade, fornecendo base teórica para futuras intervenções.